O BRT Manaus está virando uma “calça rasgada cheia de remendos”

Enquanto o poder público municipal não decide qual destino dar ao projeto mais polêmico dos últimos 15 anos, o BRT/Manaus, o (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus, ou ainda, o corredor com a Faixa Azul que separa o caótico trânsito da cidade dos escassos ônibus articulados, começam a surgir outras ideias nada aproveitáveis para o projeto.


Uma delas veio do vereador Sassa da Construção Civil (PT). Além dos taxis, ambulâncias, carros da polícia, corpo de bombeiros e apressadinhos, o vereador também quer colocar as centenas de milhares de “mototaxistas” circulando dentro da faixa. Isso é o mesmo que fazer um remendo em uma calça totalmente rasgada.

Evidente que é uma ideia falida, morta no nascedouro. O projeto BRT, que já foi Expresso e termina sem que ninguém saiba exatamente o que é, deve piorar se cada um dos vereadores que tem se posicionado sobre o tema, começar a apresentar emendas e sugestões sem um mínimo de conhecimento técnico de trânsito.

Na Colômbia o BRT foi construído independentemente das pistas viárias para automóveis particulares.

No início do ano, uma delegação de vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM), foi visitar o BRT de Bogotá, na Colômbia. Chegaram maravilhados. Mas bem que poderiam ter ido a Belém do Pará. Teriam gastado menos e viriam com as mesmas informações obtidas na Colômbia.

Melhor, trariam informações regionalizadas, uma vez que o projeto de Belém-PA está adaptado ao clima quente da Região Norte do País, enquanto a temperatura de Bogotá beira os Zero Graus, em boa parte do ano. O BRT do Pará está em faze de conclusão e tem trechos “construídos” exclusivamente para esse fim, sem o estreitamento de pista utilizado em Manaus.

Mas como o projeto BRT/Manaus tem uma característica mutante, troca de nome e de cor a cada nova administração, espera-se que com o novo prefeito (há quem diga que seja definitivo), Marcos Rotta (PMDB), deva dar uma nova tonalidade e formato ao sistema de corredores exclusivos para ônibus, que não seja apenas o de gerar recursos para o município através de multas a quem ousa ultrapassar a faixa azul e branco pintada a mão e por um preço exorbitante.

Enquanto o assunto não for tratado a sério pelos gestores públicos municipais, o cidadão amazonense continuará amargando o que está aí, faixas inúteis, sistema incerto e prefeitos prometendo melhoras nos transportes de passageiros a cada nova eleição.

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