

Nada é mais provocativo do que as lágrimas de um inocente. De imediato, quando possível, busca-se acalantar o seu pranto, satisfazendo determinadas vontades. Às vezes resgata-se a alegria do ritmo brincante e saudável da criança, embalando sonhos e encantamentos na perspectiva de um devir próspero e justo.
Outras vezes, por ignorância e intolerância não se abranda nem o choro e muito menos a dor que apega e maltrata, acometendo a violência da indiferença e do descaso.

O retrato desta situação requer que se faça profunda reflexão sobre a condição humana quanto à sua formação social, cultural, política e espiritual movido não só pelo choro das crianças, mas pela determinação e prioridades dos governantes responsáveis que formulam e executam políticas públicas em atenção às crianças e jovens enquanto pessoas em desenvolvimento.
Lágrimas não pagam dividas, mas, cobram dos pais e mães, providencias imediatas para calar o choro, não sendo possível, é dever do Estado e dos governantes oferecer os meios necessários para sarar a dor e garantir a saúde integral, bem como também o acesso a creche e a escola para o bem do presente e do futuro desses brasileiros do Amazonas.
*Ademir Ramos é professor universitário – UFAM