O Safado e a Rolha de Poço – Por Valdir Fachini

Articulista Valdir Fachini (SP)

Safado! Era assim que ela se referia a ele quando queria lhe colocar os grilhões, quando fazia comentário com amigos e parentes que envolvesse a sua pessoa, ou simplesmente quando queria te xingar e humilhar. Na casa, a prole e até o papagaio chamava ele assim e aqueles parentes (da parte dela, é claro) que se achavam os donos da verdade também tiravam uma casquinha.
Rolha de poço! Era assim que ele chamava ela, mas só em pensamento e ainda assim pensava bem baixinho.


Tudo começou quando Epaminondas, que era um homem de Deus, católico, mas não muito frequente, executivo de uma firma grande com um salário bem grande também ofereceu carona pra sua secretária numa tarde muito chuvosa. A danada era muito bonita com um belo par de coxas, seu Nonô até que deu uma olhadinha, mas ficou na sua.

Mas teve um espírito de porco que achou por bem contar pra dona Laudicéia Cristina (dona Cris, também católica mais frequente que o marido, porém o diabo habitava aquele corpo balofo que com o tempo embalofou mais.

Ela passou a mão na cabeça e gritou …. é isso que eu mereço seu traste ,chifre?

Desse dia em diante sua mansão passou a ser a casa dos fundos junto com os ratos, só entrava na casona pra fazer algum serviço que os pamonhas dos filhos não sabiam fazer.

Chegou janeiro, férias calor, a galera toda foi pro nordeste, menos seu Nonô e o papagaio. Lagosta, água de coco, camarão, brisa gostosa, massa adiposa bronzeando, mas na hora de pagar a conta …danou-se, o cartão estava bloqueado. Ficaram os relógios e joias pra pagar a conta, a filha mais nova teve até que dar um beijinho no gerente pra ter um desconto e voltaram pra casa no meio das férias.

Articulista Valdir Fachini (SP)

Na garagem da casona tinha uma caminhonetona da hora OKM as portas da casa nem adiantava tentar abrir, seu Nonô trocou todas as fechaduras, mas a casa dos fundos estava a inteira disposição, seu Nonô só pediu pra não machucar os ratos pois ele tinha pego amor nos bichinhos.

Mas agora está tudo bem, eles estão felizes na edícula, dona Cris os parasitas e o papagaio.

Na casona, de caminhonete mais nova ainda também está muito feliz o Pepezinho (apelido que ele ganhou da namoradinha trinta anos mais nova que ele arranjou) mas isso eu não posso afirmar, me contaram.

 

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