O “terrivelmente evangélico”, André Mendonça, é o novo ministro do STF

Plenário do Senado aprova e André Mendonça é o novo ministro do STF - foto: recorte

Indicado por Jair Bolsonaro como “terrivelmente evangélico”, André Mendonça teve seu nome aprovado pelo plenário do Senado por 47 votos a favor e 32 contra.


Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (1°), por 47 votos a 32, o advogado e pastor presbiteriano André Mendonça para ocupar a vaga deixada pelo ministro Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal. A votação superou as previsões de que o indicado poderia passar “raspando”. Ele precisava da maioria absoluta, 41 votos dos 81 senadores.

“Estou muito feliz de estar aqui nesta tribuna neste dia histórico”, disse a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), relatora da indicação. Segundo ela, o processo foi histórico por ter sido a primeira vez que uma mulher relatou uma indicação ao STF. O parecer da parlamentar – antes aprovado na Comissão de Constituição e Justiça – foi francamente favorável ao “terrivelmente evangélico” André Mendonça. Eliziane também é evangélica.

Em pronunciamento na tribuna, pouco antes do anúncio do resultado pelo presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a relatora defendeu enfaticamente a aprovação de André Mendonça. Segundo ela, ficou “muito claro e patente” que o indicado tem todas as “condições técnicas” para ocupar o cargo no STF. “Ninguém pode ser vetado pela sua condição religiosa, como também não é critério para ser indicado ao STF”, pregou Eliziane.

Clima morno na CCJ

Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ), o nome do advogado e pastor havia sido aprovado por 18 votos a favor e nove contra. Algumas expectativas de que a sessão da comissão seria tensa não se confirmaram. Ao contrário, a reunião foi morna. Mesmo a inquirição mais assertiva e crítica do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) terminou com o parlamentar amistosamente abraçando e dando tapinhas nas costas do indicado ao STF por Bolsonaro.

Ainda na comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) saudou Mendonça, a relatora (“evangélica e mulher”) Eliziane Gama, pastores evangélicos e encerrou o discurso: “Abaixo de Deus só o STF, no Brasil”.

A sabatina do pastor e advogado Mendonça se transformou em uma novela de quatro meses e meio. Bolsonaro o indicou no dia 13 de julho. Desde então, o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se recusou a pautar a inquirição na comissão. No período, o senador se valeu de evasivas e subterfúgios. Por fim, muito pressionado, acabou cedendo. Alcolumbre era abertamente contrário a Mendonça no STF.

Mendonça é o segundo nome indicado por Bolsonaro e aprovado para o STF. O primeiro, Nunes Marques, tem adotado posições francamente favoráveis  ao chefe do governo.

Rede Brasil Atual

Artigo anteriorDecisão sobre Carol Braz no PDT terá de passar pelo ‘agrado’ do presidente
Próximo artigoGrupo ‘FERA’ mata sequestrador durante operação no Oswaldo Frota

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui