Onde falta governo, sobra violência – por Marcelo Ramos

Ex-deputado federal Marcelo Ramos - foto: divulgação

A violência existe em todo lugar, mas se consolida quando falta a presença do Estado e subjuga a sociedade quando o governo se faz cúmplice do crime por ação ou omissão.


Na Amazônia, a narrativa permissiva do Presidente da República com criminosos – garimpeiros ilegais, grileiros de terras, milícias armadas, desmatadores ilegais, agressores de populações indígenas e ribeirinhas – gera uma permissividade e uma certeza da impunidade que mata. Outras mortes já ocorreram na Amazônia, como Chico Mendes (governo Sarney) ou Dorothy Stang (governo Lula) mas todas foram veementemente repudiadas pelo Presidente da República. Jamais um presidente teve a insensibilidade e a insensatez de declarar que um dos assassinados era “malvisto na região” por fazer “matérias contra garimpeiros” ou ousou colocá-los na condição de culpados por partirem para uma “aventura” em uma “área selvagem”.

A tragédia com Dom e Bruno nos sensibiliza e nos alerta. Como brasileiros e como cristãos nos ressentimos pela incapacidade do Estado Brasileiro de proteger Dom, Bruno, mas também a incapacidade de proteger as populações indígenas, os ribeirinhos e muita gente simples que não vira notícia de jornal, como meu amigo Tuta, desaparecido com seu irmão e mais duas pessoas nas águas do Rio Purus, nas proximidades do município de Ipixuna.

A forma que o Brasil tem de pedir desculpas a Dom e Bruno é repudiando quem é tolerante com o crime, é protegendo o jornalismo livre e independente, é garantindo segurança às populações tradicionais. Importante lembrar que na área do Vale do Javari (município de Atalaia do Norte, o 3o pior IDH do Brasil) não falta só segurança! Falta comida, falta escola, falta hospital, falta Brasil.

Marcelo Ramos – deputado federal PSD-AM

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