PA: em Belém jovem acusa soldados da Marinha de tortura

Belém jovem acusa soldados da Marinha de tortura/ foto DOL

O vendedor ambulante Cleydson da Conceição Almeida, 18 anos, jamais esquecerá o dia da última segunda-feira (16). O rapaz afirma ter passado uma hora sendo torturado por soldados da Marinha, que faziam a guarda de uma área conhecida como “mata da Marinha” na avenida Júlio Cesar, em Belém, no início da tarde de anteontem.


O DIÁRIO teve acesso ao caso e acompanhou o denunciante desde a saída do Hospital Humberto Maradei, no bairro do Guamá, até a Seccional Urbana de São Brás, onde Cleydson fez o relato da violência que teria sofrido. O caso deve ser apurado pela delegacia da Sacramenta. O vendedor disse, ainda, que trabalha com a venda de tapiocas, em companhia de um irmão, e mora no conjunto Paraíso dos Pássaros, no CDP.

Cleydson relatou que teria entrado na área para pegar uma sandália que esqueceu no dia anterior, próximo a um igarapé aonde os moradores costumam ir para tomar banho nos fins de semana. “Não sabia que se tratava de área militar”, disse. Ele afirmou que estava a caminho do local, falando ao celular, quando foi abordado por 3 militares.

Os homens teriam apontado armas para ele e o chamado de “vagabundo”. Após renderem o jovem, eles teriam iniciado uma sessão de agressões com socos, pontapés no rosto e nas costas e açoites com fios elétricos. O ambulante diz ter sido jogado ao chão e pisoteado.

No seu relato, afirmou, ainda, que mandaram entrar no igarapé nadando várias vezes e, ao retornar, foi obrigado a beber lama. Os agressores teriam feito várias ameaças. Segundo ele, um dos soldados lhe disse: “Há três corpos enterrados aqui, você vai ser o próximo”.

Ele relata ter fugido nu pelo mato e novamente foi perseguido pelo trio, conseguindo pular um muro de uma residência, se escondendo até ter certeza de que eles tinham deixado o local. Cleydson foi socorrido por uma mulher e encaminhado ao PSM bastante debilitado, de onde recebeu alta ontem.

Tudo teria sido filmado pelo celular de um dos militares. Ele registrou também que teve o celular, um relógio e um cordão levados pelos soldados. Após registrar ocorrência na Polícia Civil, Cleydson foi enviado para exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal.

(Diário do Pará)

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