Plantas de quintais amazônicos podem possuir mais de 500 anos

Quintais de terra preta amazônicos/Foto: Hernan Herrera

Desde as antigas civilizações que habitaram a mansa floresta Amazônica, até a chegada dos colonizadores, as marcas de uma cultura rica em sua diversidade foram perpetradas até os dias atuais. E não foi com a chegada dos portugueses que estes legados da cultura indígena foram extintos. Suas marcas permanecem ás margens do Rio Urubu, localizado a cerca de 200 km de distância da capital Manaus, no Amazonas, e foram tema de investigação da bióloga Juliana Lins, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Trata-se dos legados ecológicos presentes nos locais de Terra Preta de Índio, nos município de Silves e Itapiranga no interior do Amazonas. Durante dois anos foi investigada a influência dos índios pré-colombianos da Amazônia, nos cultivos que aparecem até hoje, sem que ninguém os tenha plantado. “Eu trabalhei na região do rio Urubu com quintais do presente situados em sítios arqueológicos. A gente queria saber se parte das plantas de um quintal do presente estão ali porque os índios estavam nesses lugares a 300, 400 ou 1000 anos atrás”, afirmou a pesquisadora.


Esta investigação trouxe um embate cultural que não ficou apenas nos anais de publicação científica, mas que foi levado de volta aos seus protagonistas, por meio de uma série de palestras promovidas pelo Programa Estratégico de Expansão e Interiorização do Programa Ciência na Escola (Pro-PCE), da Fundação de Amparo À Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Com o intuito de despertar a curiosidade científica dos professores dos municípios do interior do Estado, o coordenador técnico-cientifico do programa, Jhon Paul Mathews, afirmou que “ao levar esta informação de volta as suas origens desenvolvemos dois tipos de pesquisa: a descritiva e a experimental, ou a relação de causa e efeito, e explicamos em que consiste a lógica desses dois tipos de pesquisa na prática”.

Um ganho importante para o professor de Itacoatiara, Marcos Carneiro Alfaia, que com esta iniciativa, teve acesso aos detalhes de uma pesquisa com repercussão internacional, recebendo ao mesmo tempo, um incentivo para a realização de novos trabalhos científicos na região. “Durante esses dois anos que tenho participado do Programa Ciência na Escola, eu vejo uma grande evolução nos professores, mas ainda há algumas dúvidas que estas palestras vem esclarecer”, contou.

Assim, o Programa Ciência na Escola desenvolve um processo de formação continuada, chegando a 34 municípios do interior do Amazonas, para levar formação científica a mais de 1.600 estudantes e professores.(Hernán Gutiérrez Herrera)

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