Prefeituráveis e a busca da confiança do eleitor – por Carlos Santiago

Carlos Santiago é Sociólogo, analista político e advogado.

Manaus é uma metrópole regional, a sétima capital mais populosa do País com 2,14 milhões de habitantes. Detém a oitava posição entre os municípios brasileiros, com a maior concentração de riqueza do País e o primeiro da Região Norte, além de representar 78,97% do total da economia do Amazonas. Possui um milhão e trezentos mil eleitores que, no ano de 2020, irão eleger o prefeito e o vice, numa corrida que já começou com nomes listados em material jornalístico, em pesquisas de opinião, em entrevistas e nos encontros partidários. Os nomes mais lembrados na atual conjuntura: David Almeida, José Ricardo, Marcos Rotta, Josué Neto, Marcelo Ramos, Luiz Castro e outros que também estão interessados na disputa do pleito.


David Almeida é ex-presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas e ex-governador do Estado. Filiou-se num pequeno partido, com minúsculo tempo de TV, de rádio, parco fundo de campanha, sem grupo político forte e apoio de governos. Como administrador da Aleam, agiu como contraponto a Administração de Amazonino e, no exercício do cargo de governador-tampão, usou bem a comunicação. Obteve a terceira colocação na disputa do governo do Estado. Hoje, porém, não tem uma imagem ou marca definida e conta com o apoio de pequenos grupos políticos e de religiosos.

José Ricardo, deputado federal, exerceu mandatos de vereador da capital e deputado estadual. Filiado ao Partido dos Trabalhadores – PT, Partido que detém um bom tempo de televisão, de rádio e uma grande cota do fundo de campanha. Usa bem os meios de comunicação e faz interação direta com o eleitor por meio de uma kombi. Foi o deputado federal mais votado nas últimas eleições. Tem uma imagem de oposição dura ao governo federal. No entanto, para uma eleição majoritária, precisa conquistar votos do eleitorado bolsonarista.

Marcos Rotta é vice-prefeito de Manaus, ex-deputado estadual e apresentador de televisão. Atualmente, sem filiação partidária, sem poder econômico e grupo político definido. Rompeu com o atual prefeito e participou ativamente da campanha de reeleição de Amazonino Mendes. É de uma geração de político que usa bem a televisão, mas precisa reposicionar sua imagem para poder continuar sendo uma peça importante no tabuleiro político.

Josué Neto é ex-vereador da capital e atualmente exerce o terceiro mandato de presidente da Assembleia Legislativa. Membro de família tradicional que sempre esteve no poder. Flerta com o Partido Trabalhista Brasileiro – PTB, mas é filiado ao PSD, legenda que possui tempo de televisão, de rádio e é dono de cota milionária do fundo de campanha. Embora tenha uma imagem de conciliador e de homem de governo, falta-lhe empatia popular e um discurso inovador.

Carlos Santiago é Sociólogo, analista político e advogado.

O deputado federal Marcelo Ramos é filiado ao Partido Liberal – PL, mas busca assumir o Partido Democrata, agremiação política com forte poder econômico, com valioso tempo de televisão, de rádio e muito próximo ao partido de Bolsonaro. É ex-deputado estadual, político da nova safra e conquistou, na última eleição para o cargo de prefeito, 43% dos votos válidos do eleitorado de Manaus. Devido às suas últimas composições políticas, perdeu parcela de eleitores que buscam nomes não alinhados à política tradicional.

Luiz Castro é secretário estadual de educação. Ex-deputado estadual e ex-prefeito da cidade de Envira. Filiado ao Partido Rede Sustentável, o qual não possui fundo de campanha e pouco tempo de televisão e rádio. Foi o terceiro mais votado candidato ao Senado Federal em 2018, sendo o segundo na capital. Em 2019, enfrentou uma greve longa dos professores e questionamentos jurídicos de seus atos como secretário, o que acabou fragilizando a sua imagem.

Tem-se uma lista de pretensos candidatos com nomes qualificados. Mas, o grande desafio está em conquistar a confiança do eleitor e ser capaz de apontar soluções reais aos problemas da cidade-metrópole, tais como transporte coletivo, saneamento e saúde básica e crescimento desordenado.

Carlos Santiago é sociólogo, Analista Político e Advogado.

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