Qual a influência de uma marca na carreira de um atleta? – por Cristiano Borrelli

Cristiano Borrelli, diretor executivo do Instituto Tênis

Há muito tempo se sabe que o esporte transforma as pessoas. A sua prática é desafiadora, exige superação, dedicação e comprometimento. Além disso, sedimenta valores, como o respeito ao próximo, trabalho em equipe, resiliência e a aprendizagem perante as vitórias e derrotas. Lições que, se aplicadas na vida em sociedade, tornam o mundo muito melhor.


Nesse sentido, é fato que grande parte das pessoas que tiveram contato com o esporte se tornaram cidadãos honrados, construíram uma carreira sólida, foram desviados de caminhos tortuosos e, até hoje, inspiram pessoas pelas suas histórias. Mas, como fazer para continuar concretizando estas trajetórias tão brilhantes? Como permitir que todos tenham acesso a uma prática esportiva, principalmente nas regiões mais carentes e, especialmente, na mais tenra infância, onde o caráter e, sobretudo, os sonhos estão apenas despontando?

Sabemos que o caminho para vencer no esporte é longo e demanda muito treino e, em muitas modalidades, para ter sucesso na empreitada, o atleta precisa ter contato com esse universo desde muito jovem. O quanto antes os primeiros estímulos motores começarem, mais eficaz será. Porém, nem sempre é assim que acontece.

No Brasil, por falta de incentivo e infraestrutura, o desafio de formar atletas é cada vez mais árduo. No tênis, as dificuldades já começam no acesso a uma quadra, uma vez que a quantidade de locais apropriados para o treino diminuiu bastante nos últimos anos. Muitos espaços deram lugar a grandes empreendimentos imobiliários e a modalidade também é considerada bastante elitista, devido ao alto custo dos materiais utilizados.

Cristiano Borrelli, diretor executivo do Instituto Tênis

Contudo, graças à iniciativa privada, temos projetos sociais de fomento ao esporte que vêm obtendo bastante êxito. Um excelente exemplo deste trabalho é o Projeto Massificação. Promovido pelo Instituto Tênis, a iniciativa, que já está presente em diversas cidades do País, visa popularizar a modalidade, tornando-a realmente acessível. Por meio de parcerias locais, o Massificação oferece treinadores capacitados ou apoio a profissionais das regiões selecionadas, além dos equipamentos adequados para o treinamento dos jovens interessados.

Certamente, a realização deste projeto só vem sendo possível graças ao auxílio do empresariado. Aqui, também cabe ressaltar a participação do Ministério do Esporte, por meio da Lei de Incentivo, e das Secretarias Estaduais do Esporte. Ao todo, mais de 30 mil crianças já foram impactadas nos últimos 5 anos. Destas, aproximadas 850 estão treinando regularmente e 50 já estão bem encaminhadas para, em um futuro próximo, fazerem parte de uma equipe de alto rendimento e, quem sabe, alcançarem os pódios mais cobiçados do mundo.

Os resultados, portanto, corroboram o quão importante é o engajamento das instituições privadas em ações deste porte. No entanto, acredito que ainda faltam muitos subsídios para que os empreendedores brasileiros compreendam a importância de aportar recursos neste tipo de causa. As companhias ainda precisam acreditar na capacidade de projetos como este de formar atletas localmente e de como as vidas destas crianças podem ser efetivamente transformadas.

Ainda assim, graças ao branding e ao amadurecimento dos consumidores, que já conseguem enxergar e, mais do que isso, valorizar as boas práticas das empresas, o número de apoiadores e patrocinadores vem crescendo continuamente, mas ainda não é o suficiente.

Por isso, trabalhamos incansavelmente para que as crianças, que sonham com um futuro no esporte, sejam incentivadas por grandes corporações, não apenas por meio de uma “marca” importante no uniforme, e, sim, em seus anseios de vida. O objetivo é abrir as portas para quem realmente quer seguir este caminho, e não apenas para quem tem condições financeiras, além de oferecer oportunidades pautadas na disciplina, foco e desejo genuíno de vitória. Princípios que, certamente, farão diferença no amanhã do nosso País!

*Cristiano Borrelli, diretor executivo do Instituto Tênis

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