Vivemos mesmo tempos de arbítrio e exceção e o Estado de Direito está em frangalhos.
A polícia federal encerrou o inquérito que apontava suposto envolvimento em falcatruas do reitor Luiz Carlos Cancellier, da Universidade Federal de Santa Catarina. Como se sabe, Cancellier foi submetido a humilhações e constrangimentos quando de sua prisão temporária, não suportou tais crueldades e se suicidou.
Acontece que, em 817 páginas de seu relatório, a polícia federal não conseguiu apontar sequer uma prova, mínima que seja, para incriminar Cancellier. A peça, segundo trechos mostrados na mídia, é ausente de provas, mas recheada de convicções, acompanhando os mesmos critérios frouxos e insustentáveis de moro e seus dallagnol para condenar Lula.
Fica evidente que nessas alturas, com o reitor morto, os fazedores do inquérito fajuto jamais proclamariam sua inocência, pois estariam assumindo a responsabilidade de sua morte.
O mais triste, trágico e desesperador, em tempos de exceção e arbítrio generalizado alimentados pelo golpe, é o cidadão se sentir abandonado, sem lenço e sem documento, sem ter a quem recorrer.
Triste país, esse meu Brasil.