
O Brasil continua racista em pleno século XXI, mais precisamente no ano de 2020, após 132 anos de abolição da escravatura o Brasil continua com um racismo presente na maioria das pessoas de forma disfarçada. Segundo dados do movimento negro, a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil
O Brasil foi um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão, de 1530 a 1888. Desde a abolição legal da escravidão, em 1888, os negros ainda sofrem de políticas de opressão e descriminação, mesmo sendo mais da metade da população brasileira, Durante a escravidão, a opressão aos africanos era tão flagrante, que eles eram considerados sub-humanos e forçados a viver na imundície, miséria e degradação de seu status social.
O racismo brasileiro reside principalmente na cor da pele, não da raça em si porque, entre brasileiros, não se vê os afrodescendentes como não brasileiros ou como raça separada e distinta. Mas a ideologia de cor e as relações de poder predomina na nossa sociedade, portanto, discretamente as pessoas são vítimas de segregação sem se aperceber desta prática abominável.
Vivemos por muito tempo com a ilusão da democracia racial, mas nosso país, continua com o racismo presente arraigado na cultura política, nas relações de poder e se reproduzindo pelos aparelhos ideológicos do Estado, na família, na escola, nas igrejas, nos meios de comunicação e nos espaços institucionais de poder.
O assassinato do negro George Floyd, ocorrido em Minneapolis, Estados Unidos, no dia 25 de maio de 2020, que foi estrangulado por um policial branco que ajoelhou-se em seu pescoço durante uma abordagem por supostamente usar uma nota falsificada de vinte dólares em um supermercado. Após sua morte, protestos contra o racismo rapidamente começaram a acontecer nos Estados Unidos e no mundo.
Agora no Brasil, dia 19 de novembro de 2020, a véspera do dia da consciência negra, no dia 20 de novembro, foi assinado de forma brutal o negro João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, levando socos e chutes de dois homens s brancos. Ao lado dos dois, uma mulher acompanhava o espancamento filmando o ocorrido. As imagens viralizaram nas redes sociais e chocou o Brasil.
João Alberto pede por socorro, clamava para que seus algozes brancos, entre eles um policial militar, parem com as agressões. Em vão. O coração de João não bate mais. Lembro das palavras de George Floyd que comoveram o mundo. João Alberto já não consegue mais respirar.
Esses dois fatos que ganharam o mundo só demonstra uma realidade, vivemos ainda num mundo racista e está impregnado na nossa cultura e precisamos gritar bem forte por liberdade e igualdade para todos.
O racismo permanece presente na cultura do povo de forma disfarçada, as vezes se esconde por trás de comentários aparentemente inofensivos, mas a qualquer momento o racismo assumir uma dimensão viral e se propagar de forma descontrolada pelo mundo como uma pandemia
Ousamos pensar em uma sociedade em que todas as pessoas, independentemente de sua origem étnico-racial e da cor de suas peles, sejam livres e tenham direitos iguais, com participação política, igualdade de direitos, igualdade social, igualdade racial e liberdade garantida a todas as pessoas.
Altemir Viana é – Sociólogo e Estudante de curso de Maestria Estado, Gobierno y Políticas Públicas – l (2020, FLASCO/PERSEU ABRAMO).