Nada feito. Os rodoviários se recusaram até em discutir a proposta de redução de 30% dos salários e nem aceitaram as ameaças de demissão em massa feita pelo Sindicato Patronal das Empresas dos Transportes Urbanos de Manaus (Sinetram), que alega queda na arrecadação.
Na assembleia geral da categoria, ontem (10), na sede do Sindicato dos Trabalhadores, os motoristas e cobradores ameaçaram, inclusive, parar o sistema se os empresários do setor resolverem manter a proposta de demissão.

“Se a ameaça de demissão continuar, os trabalhadores resolveram que vão parar a cidade. Vão retirar os ônibus das linhas e fazer outro ‘isolamento social’, por falta de transportes”, antecipou o presidente interino do Sindicato dos Rodoviários, Josenildo Mossoró.
No início da semana, Josenildo já havia alertado os órgãos responsáveis pelos transportes urbanos na capital de que os trabalhadores não iriam aceitar mais uma ameaça dos empresários. “Virou rotina eles quererem jogar nas costas dos trabalhadores todos os problemas das garagens deles”, justificou.
A redução de 30% dos salários, na cesta básica, vale lanche e no ticket refeição, segundo Mossoró, é ir na contramão do momento de crise de saúde pelo qual passa o Brasil. “Todos estão se desdobrando para vencer essa turbulência, mas os donos dos ônibus em Manaus estão pensando só nos botões das calças deles”, atirou Mossoro.
Para o presidente interino dos Rodoviários, tem outras maneiras de resolver o problema, sem ter que reduzir salários e muito menos demitir mais de 2 mil trabalhadores do sistema, como eles estão ameaçando. Mas antes que isso aconteça, a cidade vai parar por falta de transportes nas linhas, finalizou Mossoró.