RR: Procura por alimentos faz dobrar preço dos produtos em Pacaraima

Os reajustes tem sido alvos de reclamações de brasileiros e de venezuelanos/Foto: divulgação
Os reajustes tem sido alvos de reclamações de brasileiros e de venezuelanos/Foto: divulgação
Os reajustes tem sido alvos de reclamações de brasileiros e de venezuelanos/Foto: divulgação

Há cerca de dois meses, o comércio de Pacaraima, município localizado a 220 quilômetros ao Norte do Estado, foi invadido por milhares de venezuelanos em busca de alimentos. A alta procura, ocasionada pela escassez de mantimentos no país vizinho, tem trazido lucro aos comerciantes, que estão se aproveitando da situação para inflacionar o preço dos produtos.


O reajuste tem sido alvo constante de reclamações tanto de brasileiros quanto de venezuelanos, que estão utilizando as redes sociais para denunciar o “oportunismo” dos comerciantes. “Desde o começo de julho eu venho constatando o aumento no preço de todos os gêneros alimentícios, principalmente os não perecíveis, como grãos, massas e açúcar”, relatou o empresário brasileiro Almir Sobrinho.

Vários produtos, segundo ele, chegaram a quase dobrar de preço. “O arroz subiu entre R$ 1,20 e R$ 1,70. Custava R$ 2,20, e hoje não sai por menos de R$ 3,80. O trigo foi de R$ 3,20 para R$ 4,80, chegando até aos R$ 5,00. O macarrão, que meio quilo custava R$ 1,70, hoje não se compra por menos de R$ 2,90. Sem contar o feijão, que aumentou 100%”, disse.

Para o empresário, que possui uma pousada no município venezuelano de Santa Helena de Uairén, a elevação nos preços dos produtos não reflete nenhuma escassez de produtos em Pacaraima. “As calçadas estão abarrotadas de fardos e mais fardos de mercadoria. Por que tem subido os preços dos alimentos dessa forma? Isso não se trata de oferta e demanda. Oferta tem muita, mais que a procura por determinado alimento, principalmente os de consumo básico. Tudo subiu inexplicavelmente”, afirmou.

A peregrinação de venezuelanos em busca de alimentos em Pacaraima também transformou o comércio local. “Locais comercias que foram construídos ainda no começo da década passada e que estavam fechados, abriram pela primeira vez. Outros pontos que estavam terminados, foram concluídos às pressas e estão cheios das mercadorias. E quanto mais vende, mais chega mercadoria”, contou o empresário.

Ele classificou a elevação no preço dos produtos como “selvageria” por parte dos comerciantes. “Nesse caso não se trata de leis de mercado. A mim, me parece que é mesmo selvageria. Selvageria de empresários e cidadãos gananciosos, de leis permissivas e sistema judicial descomprometidos com a justiça”, reclamou. (Folha de Boa Vista)

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