Quero compartilhar com os amigos uma definição de saudade que encontrei numa leitura aleatória de um texto de autor desconhecido – “Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida”.
Achei interessante a reflexão do filósofo, na medida em que ele coloca a saudade nos três planos da existência humana: no passado, no presente e no futuro, sem privilegiar o significado mais preferido e usual da saudade, que se reporta a um fenômeno existencial sempre colocado no passado. Na definição filosófica transcrita neste espaço, a saudade pode e deve conviver com o passado, o presente e o futuro, se não for afastada de qualquer uma destas posições no tempo.
Roberto Carlos diz numa bonita canção: “você é a saudade que eu gosto de ter”, e aí está a saudade colocada no presente e no futuro do seu portador, porque faz bem a quem a sente continuar sentindo-a no coração e na alma indefinidamente no tempo. Mas nem sempre a saudade é saudável, na medida e quando se revela um sentimento negativo e gerador de emoções depressivas e angustiantes. A questão maior nesse contexto é afastar a saudade ruim, que não é a da canção citada, pois não é razoável que alguém queira ter saudade de algo que ultrapasse os limites da saúde e do conforto emocional.(Raimundo Silva é Advogado e professor)
