Seca provoca desabastecimento nos municípios da Calha do Madeira

Por medidas de segurança, o chefe da Delegacia Fluvial proibiu a navegação noturna – Foto: AC24horas.

A estiagem que vem castigando os rios amazônicos pode levar a um sério risco de desabastecimento em algumas regiões do Amazonas.


É o que está para acontecer, por exemplo, na calha do Madeira, que devido ao baixo nível do rio, pode gerar em breve o desabastecimento principalmente nos município de Humaitá, Manicoré, Apuí, e Novo Aripuanã.

A Defesa Civil do Amazonas e as própria autoridades locais admitem que a situação já é difícil, mas pode ficar pior, porque o nível do rio Madeira não para de diminuir.

Próximo a Humaitá, por exemplo, o rio vem baixando 10 centímetros por dia. O nível do Madeira atingiu esta semana, a incrível marca de 1,20 metros, o que torna a navegação quase impossível. Balsas e grandes embarcações praticamente não passam mais pelo trecho do rio próximo a Humaitá, só voadeira.

O abastecimento de combustível, grãos, e outros produtos para o município está comprometido. Outros municípios da região, também passam pelo mesmo problema.

O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma) informa que por causa do baixo nível das águas, as embarcações tem reduzido cerca de 30% da capacidade de cargas transportadas para continuar navegando. As dificuldades de navegação quase que dobraram o tempo de viagem de Manaus a Porto Velho (RO).

O Rio Madeira atingiu nível de 2,28 metros em Porto Velho (RO) na segunda-feira (15). A cota é a menor registrada do início de agosto dos últimos 10 anos. No ano passado, na mesma data, o Rio Madeira estava com 9,48 metros.

O baixo nível do Rio Madeira tem gerado restrições para navegação fluvial. A Marinha do Brasil restringiu a navegação na Hidrovia do Madeira entre Porto Velho e Humaitá, no Amazonas. Houve suspensão da navegação noturna de comboios de embarcações em trecho do rio situado em Rondônia.

A medida foi determinada no dia 13 de julho, após inspetores navais verificarem pontos críticos onde o nível do Rio Madeira era de pouco mais de dois metros. O baixo nível das águas coloca em risco a navegação e reduz as condições de navegabilidade.

Para a navegação o baixo nível das águas do Rio Madeira tem causado impactos negativos no transporte de passageiros em barcos. Segundo o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma), o reflexo negativo é maior no transporte de cargas. O tempo de viagem aumentou e as empresas de navegação precisam reduzir cerca de 30% da capacidade de cargas transportadas nas embarcações para continuar navegando.

Em média, o tempo de viagem pelo Rio Madeira de Manaus a Porto Velho era de quatro dias, mas as balsas que transportam combustíveis, grãos e outros produtos agora navegam até sete dias para cumprir o trajeto. No sentido oposto (Porto Velho-Manaus), que antes era de oitos dias, passou para 15 dias o tempo de viagem.

O Rio Madeira é um dos principais corredores logísticos do país e integra o Arco Norte. Pela Hidrovia do Madeira ocorre o escoamento da produção agrícola, principalmente soja e milho de Mato Grosso e Rondônia, e insumos como combustíveis e fertilizantes, com destino a Porto Velho e Manaus. Além de alimentos e produtos produzidos na Zona Franca de Manaus.

Apesar das dificuldades para transportar cargas, ainda não há previsão de desabastecimento em Manaus e nem de aumento do preço dos fretes. “Temos com aumento do tempo de viagem Manaus a Porto Velho e no sentido oposto, além de uma redução de cargas nas balsas para que as embarcações naveguem com calado mais aliviado, mas ainda não temos desabastecimento e nem aumento de frete. Claro que já temos um aumento do custo da viagem, até em função da redução da capacidade de carga, mas está sendo absorvido pelas empresas de transporte”, explicou o vice-presidente do Sindarma, Claudomiro Carvalho Filho.

A dragagem em pontos críticos do rio poderia ter minimizado os efeitos da seca, garantindo as condições de navegação no período de estiagem. Porém, há dois anos o serviço não é realizado e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) só deve começar a dragagem no próximo ano.

“Se houvesse uma dragagem periódica no Rio Madeira para reduzir o assoreamento e os bancos de areia, as condições de navegabilidade permaneceriam mesmo no período da seca. Temos cobrado a realização da dragagem, que é uma necessidade urgente”, enfatizou o presidente do Sindarma, Galdino Alencar Júnior.

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