Sem reajuste, rodoviários entram em greve no DF em dia de jogo da Copa

Ônibus parados em terminal, em Brasília/Foto: Grazielle Mendes
Ônibus parados em terminal, em Brasília/Foto: Grazielle Mendes
Ônibus parados em terminal, em Brasília/Foto: Grazielle Mendes

Motoristas e cobradores decidiram paralisar as atividades hoje, sábado (05), para cobrar o pagamento do reajuste salarial de 20%, que havia sido acordado entre os empresários e o governo do Distrito Federal no início de junho.

O protesto ocorre no mesmo dia em que Bélgica e Argentina duelam no Mané Garrincha por uma vaga à semifinal. Por telefone, o GDF disse ter um plano de emergência de mobilidade urbana e afirmou que haverá linhas gratuitas de ônibus para levar torcedores até a arena. O Executivo também disse que o documento que legitimava o acordo não havia sido assinado e que por isso não houve repasse.


A manifestação começou na sexta, quando os funcionários da Viação Piracicabana, responsável por uma das cinco bacias, cruzaram os braços. Pouco depois, os empregados da Pioneira também pararam. O secretário de Transportes, José Valter Vazquez, chegou a se reunir pela tarde com o sindicato da categoria e com os empresários, mas não houve avanço nas negociações. A expectativa é de que funcionários e governo voltem a discutir o assunto neste sábado.

“Infelizmente aconteceu neste momento algo de que nós não temos culpa. Com ou sem jogo, hoje fica tudo parado. Infelizmente, não tivemos saída”, disse o diretor de imprensa do Sindicato dos Rodoviários, João Jesus de Oliveira. “O GDF acaba jogando essa responsabilidade para a gente, mas o sindicato fez de tudo para evitar que isso acontecesse. Tivemos conversas com empresários, secretaria e empresários, mas não evoluiu.”

O reajuste deveria beneficiar cerca de 11 mil rodoviários, que  teriam aumento de 20% no salário, 20% no tíquete-alimentação e 40% na cesta básica. De acordo com o sindicato, o salário incial de um motorista, que é de R$ 1,6 mil, vai pra R$ 1,9 mil com o reajuste. Já o tíquete-alimentação vai subir de R$ 347 para R$ 416, e a cesta básica, de R$ 140 para R$ 196.

Nesta sexta, os rodoviários usaram os ônibus para fechar o acesso ao Terminal do Cruzeiro. Havia cerca de 80 rodoviários paralisados desde 8h40 no local. Morador do Cruzeiro Velho, José Rodrigues viu a paralisação como “falta de respeito”. Aguardando ônibus para ir para o trabalho, ele se queixava da falta de transporte.

“Vou voltar para casa. Não sei se vai ter ônibus para voltar”, declarou Rodrigues ao G1 na ocasião. Ele também reclamou que os motoristas não têm respeitado o itinerário das linhas.

Bacias de transporte público

O sistema de transporte público do DF foi dividido em cinco bacias. A primeira delas é de responsabilidade da Viação Piracicabana e atende o Plano Piloto, Sobradinho, Planaltina, Cruzeiro, Sobradinho II, Lago Norte, Sudoeste/Octogonal, Varjão e Fercal.

A bacia 2 conta com 640 ônibus e atende Gama, Paranoá, Santa Maria, São Sebastião, Candangolândia, Lago Sul, Jardim Botânico, Itapoã e parte do Park Way. A bacia 3 tem uma frota de 483 ônibus e atende Núcleo Bandeirante, Samambaia, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e Riacho Fundo II.

A  bacia 4 conta com 464 veículos, que atendem parte de Taguatinga, Ceilândia, Guará, Águas Claras e parte do Park Way. A bacia 5 é responsável por Brazlândia, Ceilândia, SIA, SCIA, Vicente Pires e parte de Taguatinga e terá 576 coletivos.(G1)

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