Semáforos sonoros serão padronizados até 2020 no Brasil

Foto: Alex de Jesus/O Tempo

O Contran – Conselho Nacional do Trânsito, do Ministério das Cidades, aprovou a resolução que padroniza e regulamenta os sinais sonoros para pessoas com deficiência visual no Brasil. Uma das mudanças que entrarão em vigor a partir de janeiro de 2020 é a identificação dos equipamentos com sinalização em braille e alerta com mensagem verbal de indicação para orientar o pedestre.


Para João Felippe, especialista em orientação e mobilidade da Laramara – Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual, a norma reforça os direitos previstos na Lei Brasileira de Inclusão. “A falta de estrutura das cidades sempre foi o impeditivo para propiciar um contexto favorável no processo de inclusão e participação social. A nova regulamentação é com certeza um avanço importante para a sociedade”.

Foto: Alex de Jesus/O Tempo

Em São Paulo, onde a tecnologia está entre as mais difusas do país, existem apenas oito semáforos acessíveis para atender cerca de 2,7 milhões de pessoas com deficiência visual. Dos poucos recursos instalados, a maioria está na região do Aeroporto de Congonhas e próximo às instituições assistenciais, como a Laramara, porém nem todos funcionam plenamente. Na rua Vergueiro, por exemplo, em frente ao Centro Cultural São Paulo – onde existe um dos maiores acervos em Braille da capital -, o equipamento opera parcialmente. No cruzamento da rua Conselheiro Brotero com a rua Brigadeiro Galvão, o sinal foi vandalizado e está sem manutenção desde 2016.

Segundo Felippe, os equipamentos não auxiliam apenas a cegos ou quem tem baixa visão, pois também são importantes para pedestres distraídos e idosos. “Se somar a sinalização visual ao alerta sonoro é possível melhorar a segurança de todos. Imagine se alguém for atravessar um cruzamento mexendo no celular e não prestar a atenção, ou seja, a orientação do som irá beneficiá-lo”.

Com a nova legislação dos semáforos sonoros, a tendência é que o Brasil suba de posição no ranking do Social Progress Imperative, índice que avalia o progresso social em todos os continentes. Hoje, o país ocupa a 43º colocação na lista, que tem como líderes a Dinamarca, a Finlândia e a Islândia, respectivamente.

Desde a fundação da Laramara em 1991 pelo casal Vitor e Mara Siaulys, que tiveram uma filha cega por nascer prematura, a instituição luta pela acessibilidade no país e em toda América Latina, oferecendo informações e conhecimento técnico adequado, a fim de garantir um ambiente favorável e os direitos previstos pela constituição às pessoas com deficiência visual e múltiplas deficiências associadas.

Artigo anteriorSSP prende suspeito de receptar objetos roubados de alunos da Ufam
Próximo artigoShopping Ponta Negra sorteia Mini Cooper na promoção de Natal

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui