Senadores debatem o que fazer com Bolsonaro, na casa de Alcolumbre

Avaliação “ruim ou péssimo” do governo Bolsonaro dobrou desde fevereiro – foto: Forum

Quinze senadores, reunidos na casa de Davi Alcolumbre, debateram o que fazer com Jair Bolsonaro.


A Folha de S. Paulo resumiu o que eles concluíram:
1) o vice, Hamilton Mourão, não conquistou a confiança do Congresso;
2) Bolsonaro não é do tipo que combina com renúncia;
3) a crise é intermitente e seguirá aos soluços;
4) os atos deste domingo, qualquer que seja o resultado, tendem a piorar o ambiente.

O homem mais poderoso do Brasil está sob pressão. Menos de cinco meses depois de ter subido a rampa do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro enfrenta os desafios da chamada “política real”.

Isso levou seus apoiadores a convocar manifestações de apoio nas ruas. Como Bolsonaro se sairá nesse teste de resistência? – Há risco de ruptura institucional?

A esquerda e o STF não aceitam o general Hamilton Mourão no lugar de Jair Bolsonaro – foto: o anatagonista

O repórter Caio Junqueira acaba de publicar uma reportagem esclarecedora sobre o assunto.

Confira um trecho:

Uma parte dos apoiadores de Jair Bolsonaro encara o protesto como um chamado do presidente. O problema é que, qualquer que seja o cenário, os atos embutem risco para o próprio Bolsonaro e para o governo. Mas nada que chegue perto das teorias conspiratórias propaladas nos últimos dias.

Na história do Brasil, golpes sempre foram acompanhados de uma conjunção de fatores a sustentá-los. A começar pelo apoio das Forças Armadas, de setores importantes da economia – e de protagonistas do próprio parlamento. O grito das ruas, ou de parte dela, nunca foi suficiente.

Ainda que quisesse, o que não parece um dado concreto a ser considerado, não há sinais de que Bolsonaro conte com o mix de fatores pré-golpe que a história não deixa esquecer. Portanto, o risco de ruptura institucional difundido em discursos e análises se mostra um evidente exagero.

Assim como parecem exageradas as leituras de que o impeachment é algo que pode estar tão perto quanto a próxima esquina. “Não consigo enxergar um golpe nos moldes de 1964. As condições internas e externas são distintas”, diz Hector Saint-Pierre, coordenador do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da Unesp, a Universidade Estadual Paulista.

Também faltam, ao menos até aqui, elementos capazes de sustentar mais um impedimento presidencial.

A reportagem revela o que está em jogo e analisa o que pode acontecer com o governo e com o Brasil.
É algo que diz respeito também a você, leitor.

O Antagonista

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