Sindicalista prevê o fechamento de mais fábricas no Amazonas, além da Panasonic

4.451 fábricas fechadas em 1 só ano em SP, enquanto os políticos dos ajustes exigem mais - foto: recorte/ilustração

Não é de hoje que as fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM) estão fechando as portas e abandonando o Amazonas porque os incentivos fiscais dados a elas deixaram de ser atrativos. Essa revoada de empresas vem sendo denunciada, sistematicamente, pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (SindMetal-AM), Valdemir Santana, que prevê a saída de outras nos próximos anos.


Segundo o dirigente sindical, mais indústrias poderão deixar a capital amazonense. Antes da Panasonic, que termina de anunciar o fechamento da sua unidade no Estado, já haviam fechado as fabricantes de televisores Gradiente, Phillips, Sony, CCE e outras que perderam mercado para as gigantes Samsung, LG e Philco.

Panasonic não resistiu a falta e incentivo e a abandonou o Amazonas – foto: recorte/arquivo

Hoje, a Samsung, a Philco e a LG ainda estão no PIM porque ganham 100% de desconto no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) como incentivo e, por usufruírem da Lei de Informática com a produção de celulares, e que também lhes garante o desconto de 5% para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Em resumo, as empresas do Produto TV, que já estão com mercado reduzido, não recebem 60% dos incentivos fiscais dado pelo Estado a três produtoras de televisores que também acumulam os benefícios da Lei de Informática.

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (SindMetal-AM), Valdemir Santana: quem perde é a economia do Amazonas, o trabalhador – foto: recorte

Competição desigual

Sem poder competir com as gigantes, que dominam mais de 80% do mercado, algumas fábricas do polo eletroeletrônico de TVs terminam por abandonar o parque industrial do Amazonas. Algumas delas estão abandonando até o Brasil.

“Todo ano vamos ter que noticiar o fechamento de uma fábrica no Estado, no País. A política de incentivos fiscais não foi criada para acabar com as fábricas que produzem TV no Brasil, mas para incentivar a vinda de outras e a geração de mais empregos”. “A Samsung é a indústria forte de TV e celulares. Tudo indica que ela ainda se manterá com presença forte no Distrito”, diagnostica Valdemir Santana.

Fábrica da Sony foram fechada e vendas de produtos interrompidas no Brasil – foto: recorte/arquivo

Desemprego à vista

Com a saída das fábricas do PIM, o desemprego também tende a crescer. De acordo com Santana, milhares de funcionários do Distrito podem perder seus postos de trabalho este ano ou nos próximos. “Infelizmente, as pessoas estão ficando desempregadas por incompetência do governo federal”, aponta.

A Central única dos Trabalhadores e o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas vem mostrando estas distorções fiscais, já faz um bom tempo, mas não se vê um único deputado defendendo propostas que favoreçam a permanência dessas empresas nos seus parques industriais e a geração de empregos.

O que se vê no Congresso, no dia a dia, é a defesa dos interesses partidários e financeiros dos 33 partidos políticos que lá estão, enquanto o trabalhador está cada dia mais perdendo oportunidades, emprego e renda.

Revoada de fábricas para fora do País

Dos investimentos bilionários ao fechamento de fábricas. Unidades fecham as portas em SP, ES, AM. Economistas explicam que “custo Brasil não é fator preponderante na decisão.

Política econômica que favorece desindustrialização e transforma o país em mero exportador de produtos primários, liderada pelo ministro Paulo Guedes, da Economia, está sob questionamento – foto: Agência Brasil
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