Sistema Prisional promove casamento coletivo reunindo 18 casais

Casamento coletivo reuniu 18 casais/Foto: Roberto Carlos
Casamento coletivo reuniu 18 casais/Foto: Roberto Carlos
Casamento coletivo reuniu 18 casais/Foto: Roberto Carlos
Noiva assina o livro, ao lado do noivo/Foto: Roberto Carlos
Noiva assina o livro, ao lado do noivo/Foto: Roberto Carlos
...e abraço e o beijo entre os casais/Foto: Roberto Carlos
…e abraço e o beijo entre os casais/Foto: Roberto Carlos

A possibilidade de dar o primeiro passo rumo a um futuro melhor foi o que levou 18 casais a oficializarem a união no primeiro casamento coletivo do sistema prisional em 2015.


A celebração civil promovida pela Secretarias de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), aconteceu no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), na tarde de ontem (29), com direito a buffet, fotos de lembrança para o casal e a presença de familiares.

Para os noivos e autoridades presentes, o casamento é fundamental para ajudar na recuperação dos detentos. O titular da Seap, Louismar Bonates, participou da cerimônia e também lembrou a importância da união para que os futuros egressos do sistema prisional não retornem ao mundo do crime. “A família é a base de tudo e, a partir desse momento, os detentos estão assumindo um compromisso de mudar de vida com suas mulheres, seus filhos, suas famílias e com toda a sociedade”, lembrou.

Bonates ressaltou ainda que os internos que manifestaram o interesse no casamento coletivo devem servir de exemplo aos outros. “Nesse trabalho, precisamos de pessoas que motivem as outras a serem melhores e vocês podem servir de exemplo aos colegas de vocês”. O projeto “Reconstruindo Vidas”, da Seap, é parte do programa “Todos pela Vida”, do Governo do Amazonas. O último casamento coletivo realizado no sistema foi em dezembro do ano passado.

Os noivos receberam a certidão de casamento, alianças, lembrança do casamento e parte da ornamentação, tudo sem custos para eles. A Sejusc foi uma importante parceira para que a cerimônia correspondesse às expectativas dos noivos. A secretária Graça Prola disse que o casamento coletivo é mais uma forma de garantir os direitos humanos às pessoas privadas de liberdade. “Nós trabalhamos na perspectiva de que, a partir da relação legalizada, eles terão facilidades na hora de resgatar direitos enquanto cidadão e mais facilidade na visita interna e a própria ressocialização do preso”, disse.

Esperança no futuro – As histórias dos 36 noivos e noivas se confundem quando a questão é a importância de celebrar o casamento. Todos têm ideias e objetivos semelhantes que visam, principalmente, a reintegração na sociedade.

Para o detento Márcio André Soares, 37, que há três anos e quatro meses cumpre pena por roubo, o casamento representa a esperança em um futuro diferente. Na ocasião, Márcio decidiu oficializar a união de 15 anos com a mulher. “Tenho esperança de que vou cumprir minha pena e poder sair daqui pronto para cuidar da minha família que agora eu aprendi que é mais importante”.

A agora esposa de Márcio, Fernanda Patrícia Oliveira, disse que por anos teve vontade de celebrar a união, usar o vestido de noiva e compartilhar o momento com a família. “Nunca tivemos muitas condições, mas agora estamos conseguindo e, o mais importante, agora ele sabe a necessidade de voltar para a nossa família”.

Diferente de Márcio e Patrícia, Elizângela Rocha, 30, nunca viveu com o novo marido. Ela já conheceu o marido dentro do presídio, quando foi visitar um conhecido. Segundo ela, mesmo com apenas um ano e oito meses juntos ela decidiu pelo casamento por acreditar que pode ajudar Levy da Silva, que cumpre pena por homicídio e roubo. “Eu fico muito feliz e agora vamos ficar juntos, vamos levar como dá, com as visitas uma vez por semana, mas não vou desistir”, afirma.

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