A polêmica em torno da retirada dos flutuantes do Tarumã desperta um alerta crucial para os moradores de Manaus: o risco iminente de deixar o rio morrer sozinho. Contrariando a ideia de que esses empreendimentos são os responsáveis pela degradação do rio, muitos defendem que são, na verdade, uma fonte de vida e movimento para as águas do Tarumã.
Altemir Viana, proprietário do Flutuante Moronguetá, expressou sua preocupação, ressaltando o papel vital dos flutuantes na preservação do rio. “Não podemos deixar o Tarumã morrer. Ele é o último refúgio dos manauaras para banho e lazer. Como proprietários dos flutuantes, temos o dever de preservar o rio e impedir que seja ainda mais poluído pelos resíduos da cidade”, enfatizou.
Ao mesmo tempo, a retirada dos flutuantes é vista por muitos como uma distração dos verdadeiros problemas que assolam o Tarumã. Uma investigação mais profunda revela que são os igarapés, não os flutuantes, os principais vilões da poluição. Com cerca de 13 igarapés despejando seus detritos no Tarumã-Açu, a situação ambiental torna-se ainda mais alarmante.
Altemir Viana ressalta a presença desses igarapés, alguns dos quais já sofrem com a carga pesada de esgoto e lixo da cidade. “A construção de um lixão pela empresa Marquise, próximo às nascentes dos igarapés do Leão e do Tarumã Mirim, é um sinal preocupante do que está por vir”, alerta.
Os flutuantes, longe de serem vilões, tornaram-se uma parte essencial da paisagem e da economia local. Além de oferecerem opções de lazer e turismo, contribuem para a geração de empregos e renda, promovendo o desenvolvimento sustentável da região e garantindo a preservação do rio Tarumã.
Diante desse cenário, é essencial que a população e as autoridades se unam em prol da proteção do rio e de seus afluentes, adotando medidas eficazes para combater a poluição e garantir a sobrevivência desse importante recurso natural para as futuras gerações.