Terremoto no Marrocos: sobreviventes ficam “à própria sorte” nas montanhas

Foto: Recorte

Moulay Brahim já foi um lugar feliz para Sami Sensis. A vila está localizada no alto das montanhas do Atlas marroquino, e sua paisagem, ar puro e gente simpática atraíam seus pais quase todos os verões.


Eles estão agora enterrados sob os escombros do seu hotel, nos arredores do que resta da cidade.
O edifício desabou parcialmente após o forte terremoto que atingiu Moulay Brahim na noite de sexta-feira (8). O epicentro do terremoto, com magnitude de 6,8, localizou-se perto da cidade, a cerca de duas horas a sudoeste de Marrakech.

O terremoto, o mais forte a atingir Marrocos em mais de 120 anos, causou mais de 2.000 mortes. Muitas pessoas continuam desaparecidas.

Autoridades locais disseram à CNN que 25 pessoas morreram na cidade. Três pessoas, incluindo a mãe e o pai de Sensis, ainda estavam desaparecidas na tarde de domingo (10).

Sensis, 39 anos, estava cada vez mais desesperado e frustrado. “Não consigo nem enterrá-los. Não consigo vê-los, não sei onde estão”, disse ele, com a voz embargada de emoção e raiva.

O telefone dele não para de tocar há dois dias. Família e amigos seguem ligando para ele, constantemente pedindo novidades.

Mas ele não tem novidades para compartilhar. O local tornou-se muito instável e perigoso e os bombeiros locais ordenaram que os moradores deixassem a área, interrompendo a busca pelos desaparecidos.

“Nada está acontecendo. Estamos esperando. Eles decidiram não fazer nada. Apenas nos dizem para sermos pacientes, nos fazem promessas”, disse Sensis, acrescentando que também tentou entrar no prédio desabado para procurar seus pais.

O proprietário do hotel, Idsaleh Mahjoub, confirmou à CNN que os pais de Sensis estavam no hotel quando ocorreu o terremoto. Seus nomes estavam em sua ficha e ele os reconheceu nas fotos que Sensis lhe mostrou.

Os moradores locais conseguiram retirar seis pessoas dos escombros do hotel, todas vivas, segundo Mahjoub.

“Mas, quanto ao resto, não pudemos fazer nada”, disse ele. “Fomos avisar o governador sobre os que ficaram presos e cada vez ele nos avisa que virão buscá-los. Hoje eles vieram explorar a área e depois saíram para buscar seus equipamentos”.

O Ministério do Interior marroquino informou no domingo (10) que, após avaliar as necessidades, decidiu responder às ofertas de ajuda de vários governos estrangeiros, incluindo “Espanha, Catar, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos, que sugeriram a mobilização de um grupo de equipes de busca e salvamento”.

Fonte: CNN Brasil

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