Venezuelanos de RR serão levados para outros estados

Imigrantes serão transportados em aviões da Força Aérea Brasileira-Foto: Divulgação

O general do Exército Eduardo Pazuello, coordenador da Força-Tarefa Humanitária do Governo Federal em Roraima, disse nesta quarta-feira (28) que 300 imigrantes venezuelanos devem ser levados a outros estados do Brasil a partir de 5 de abril.


A interiorização dos venezuelanos, como o processo é chamado, será feita em aviões da Força Aérea Brasileira (Fab). Os voos serão custeados com os R$ 190 milhões liberados pelo Governo Federal para o Ministério da Defesa lidar com fluxo de imigrantes no estado.

Desde 2015 Roraima recebe um número crescescente de venezuelanos que fogem da crise econômica e política vivida no regime de Nicolás Maduro. Nos últimos três anos, mais de 20 mil pediram refúgio à Polícia Federal em Roraima e se estima que atualmente pelo menos 450 imigrantes cruzem todos os dias a fronteira do estado. Só na capital Boa Vista há 40 mil, segundo a prefeitura.

De acordo com o general, já existem 860 vagas preparadas por outros estados para receber os imigrantes venezuelanos que estão em Roraima. Pazuello mencionou apenas três dos cinco estados que devem receber os estrangeiros. São eles: São Paulo, Paraná e Espírito Santo.

O coordenador da Força-Tarefa disse que o objetivo da interiorização dos venezuelanos é amenizar os impactos da imigração em massa que ocorre em Roraima. Todos os estrangeiros que forem levados para outros locais estão sendo cadastrados, vacinados e mantidos em quarentena, porque o estado enfrenta um surto de sarampo importado da Venezuela.

“Queremos diminuir a pressão desse efetivo [de venezuelanos] em Boa Vista e a partir daí ir seguindo com esse processo de interiorização conforme o necessário”, afirmou Pazuello.

Segundo o general, desde a visita do presidente Michel Temer a Roraima, em fevereiro, a Força-Tarefa criada para lidar com a imigração já fez melhorias na gestão e parte física dos dois abrigos para venezuelanos abertos pelo governo do estado. Um terceiro abrigo público foi inaugurado na capital na semana passada através de uma parceria entre o Exército e o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).

“Agora, nesse primeiro momento nós estamos fazendo melhorias nos abrigos para que as pessoas fiquem numa situação humanitária melhor”, afirmou o general, acrescentando que a partir do final de abril novas estruturas de acolhimento devem ser abertas no estado. “Vamos criar postos de identificação, triagem, acolhida e atendimento médico para os recém-chegados”.

Pazuello também afirmou que o objetivo da Força-Tarefa Humanitária é acolher todos os venezuelanos que estão vivendo nas ruas e praças da capital. “Essas pessoas [em situação de rua] precisam ser cadastradas e abrigadas e vamos trabalhar para isso”.

Imigrantes serão transportados em aviões da Força Aérea Brasileira-Foto: Divulgação

Ações na fronteira

Duas operações estão em curso em Pacaraima, cidade que é porta de entrada para os imigrantes. Uma delas é a “Controle”, executada por militares de Roraima, para melhorar a segurança na região e a “Acolhida”, de responsabilidade da Força-Tarefa.

Durante a ação “Acolhida”, o Exército Brasileiro identificou que cerca de 450 imigrantes passam pela fronteira todos os dias. Desses, pelo menos 50 vêm em busca de abrigo, alimentação e atendimento médico no Brasil.

Por isso, o Exército estuda melhorar a estrutura do Hospital de Pacaraima para usá-lo como centro de atendimentos aos imigrantes que precisarem de serviços de saúde. Caso a ideia seja posta em prática, será adiada a criação do Hospital de Campanha na fronteira, que foi anunciado pelo presidente Temer, segundo o general.

“Já falamos com a governadora [Suely Campos (PP)] e estamos articulando melhorias na unidade. Se isso for feito, o Hospital de Campanha só será instalado se o de Pacaraima não for suficiente”.

Ainda segundo o general, os R$ 190 milhões liberados pelo Governo Federal irão custear as ações da
Força-Tarefa durante os próximos 12 meses. O dinheiro deve ser aplicado no processo de interiorização, manutenção dos abrigos, alimentação e demais ações relacionadas à imigração.

“Queremos resolver os nossos problemas, da nossa cidade, estado, dos brasileiros, e isso passa na questão do abrigamento e acolhida dos venezuelanos. Estamos aqui para melhorar a segurança, a saúde, que são os problemas do nosso estado”.

Fonte: G1

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