11 de maio, Dia da Marinha, garantindo a segurança dos nossos rios

Sede do 9o. Comando Naval, em Manaus/Foto: Arquivo

Aos onze dias do mês de junho, comemora-se o Dia da Marinha Brasileira, que constitui uma das três principais instituições militares que compõem as Forças Armadas Brasileiras, ao lado do Exército e da Aeronáutica. Mas por que esse dia foi escolhido para tal comemoração? O que ocorreu de especial em tal data? A escolha dessa data está relacionada com a ambiência da Guerra do Paraguai, a maior guerra que já houve na América do Sul, da qual o Brasil foi partícipe.
No dia 11 de junho de 1865, a esquadra de guerra brasileira travou uma batalha no leito do rio Riachuelo contra os navios paraguaios. O principal comandante brasileiro dessa batalha foi Francisco Manuel Barroso, mais conhecido como Almirante Barroso, que já havia lutado em outras batalhas navais, como as da Guerra contra as Províncias Cisplatinas, na época em que Dom Pedro I era imperador.


Do lado paraguaio, estava no comando da esquadra o comandante Ignacio Meza, que era um dos principais militares do ditador paraguaio Solano Lopez. A vitória do Almirante Barroso trouxe ao Brasil o domínio das comunicações fluviais e pleno controle sobre rios adjacentes, como o Paraná e o Paraguai. Esse controle era importante porque, a um só tempo, limitava as ações do ditador Solano Lopez e garantia ao Brasil um futuro econômico atrelado ao escoamento de produtos por meio dos rios.

A Batalha do Riachuelo, como ficou conhecida, resultou em uma série de imprevistos e manobras estratégicas de grande vulto e afirmou a marinha do Brasil como uma potência importante na América do Sul, tendo ela sido criada ainda no século XVIII, especificamente no ano de 1736, pelo rei João V, de Portugal. O impacto dessa batalha tornou-se ainda mais popular no fim do século XIX, em razão da pintura levada a cabo por Victor Meirelles, artista que, diga-se de passagem, também pintou outros episódios da história brasileira que se tornaram emblemáticos em suas telas, como a Batalha do Avaí (travada também durante a Guerra do Paraguai).

Com o advento da República, em 1889, os combatentes da Guerra do Paraguai, como Osório, Duque de Caxias e o próprio Almirante Barroso, tornaram-se heróis da nação e as instituições militares ganharam notoriedade e dia para sua celebração, sempre associado a algum marco de memória. O dia reservado à Marinha é o 11 de junho, em lembrança ao acontecimento de 1856.

No Amazonas

No Amazonas, a Marinha do Brasil, por intermédio do 9o. Distrito Naval, exerce um papel da mais alta relevância, contribuindo sobre maneira com as ações desenvolvidas pelos Órgãos Governamentais, envolvendo segurança e saúde, principalmente, fatores que exigem a mais absoluta competência.

Segurança – O patrulhamentos dos nossos rios, buscando inibir os infratores, abrangem não só as parcerias com os Órgãos de Segurança, como, por exemplo, o Batalhão Ambiental, Policias Civil e Militar, Exército e Aeronáutica, formando um contingente que fortalece a guarnição dos nossos rios e área rointeiriças. Atualmente, a participação do 9o. Distrito Naval nos rios Amazonas, Solimões e Madeira é constante e permanente.

Saúde – Além da assistência médica aos ribeirinhos, uma equipe de especialistas forma pessoas das comunidades para exercerem o atendimento imediato, os chamados primeiros socorros, até que unidade de saúde chegue ao local.Os navios hospitais que percorrem o interior amazonense, são dotados da mais absoluta estrutura.

Áreas de atuação

A principal área de operações da Flotilha do Amazonas engloba o eixo estratégico Amazonas-Solimões, a partir da cidade de Parintins, início das águas sob jurisdição do Comando do 9° Distrito Naval, até a fronteira Ocidental, em Tabatinga, ambas no Estado do Amazonas, e seus principais tributários, cujas nascentes originam-se dos vizinhos Andinos e Caribenhos. Esta imensa malha fluvial, com mais de 20.000 milhas navegáveis abrange uma área de mais de 2.500.000 m2. A área secundária de operação da Flotilha do Amazonas situa-se na parte Oriental da Amazônia, nos Estados do Pará e Amapá.

O decreto baixado por D. Pedro II, que permitiu a livre navegação do Rio Amazonas às nações amigas, teve como conseqüência direta a criação da Flotilha do Amazonas, em 1868 e com sede em Manaus, que visava garantir os interesses do Império brasileiro nessa já estratégica região. Após esse fato histórico, foram os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil relacionados com a saída Atlântica de países ribeirinhos, que condicionaram a efetiva presença da Marinha do Brasil na Amazônia Ocidental.

Intimamente associado ao aspecto anterior, encontramos nas calhas fluviais as vias naturais de penetração de e para o território brasileiro, com a relevância que se faz necessário o trânsito em águas brasileiras de navios mercantes e de guerra, particularmente do Peru e Colômbia para alcançar pontos de seu próprio território.

A importância estratégica desta área de operações reside fundamentalmente, no fato de possuir limites com a Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Guiana. Dessa forma, as vias fluviais se constituem em fator predominante, visto que pelos rios que compõem a bacia amazônica podem ser atingidos quase todos os países ribeirinhos.

O Rio Javari, formata a fronteira entre o Brasil e o Peru. Para o exercício de patrulha fluvial de navios de guerra peruanos na sua margem esquerda, esses para alcançá-lo passam por águas jurisdicionais brasileiras.

O Solimões, Iça e Japurá, são os rios de penetração no território colombiano, e os seus navios de guerra para atingirem Letícia, Tarapacá e La Pedrera, também navegam por águas brasileiras.

Partindo do Solimões, o Rio Madeira é via natural de penetração para a Bolívia, pelo Rio Beni/Madre de Dios tendo um trecho não navegável de Porto Velho a Guajará-Mirim, e prossegue já como Rio Guaporé. Por ele também se pode alcançar Puerto Maldonado, no Peru.

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