Vivendo as alegrias da festa do Natal, a Igreja celebra, neste domingo, a festa da Sagrada Família, apresentando-nos Jesus, Maria e José, a família de Nazaré, como inspiradora e modelo para todas as outras.
Nascemos em uma família, Deus encarna-se no mais profundo de nossa condição humana. Jesus, Maria e José, muito mais do que um modelo para as famílias cristãs, são a confirmação de que Deus quer contar com nossas realidades humanas mais comuns, para nos revelar seu Reino. Por isso, é muito importante que valorizemos e respeitemos nossas famílias como espaço privilegiado da presença e da ação de Deus em nossa vida.
Contemplando a Sagrada Família, somos convidados a olhar para as nossas, que estão expostas a tantas dificuldades. E somos interpelados pelo Evangelho de Jesus Cristo para que façamos delas verdadeiras comunidades de fé e de amor, promotoras e defensoras da vida em todas as dimensões, alicerçadas nos valores da fidelidade e da indissolubilidade.
Os textos bíblicos dessa festa litúrgica apresentam-nos de um lado a Sagrada Família e de outro as qualidades e as virtudes que devem ser buscadas para que realmente nossas famílias sejam sagradas. A celebração nos convida a refletir sobre a família hoje, seus problemas, desafios e esperanças.
O respeito, companheirismo, diálogo e o amor que os pais e filhos manifestam em si promovem a felicidade e a plenitude da pessoa. Cuidando um dos outros, pais, filhos, esposos e irmãos vivem o mesmo espírito que havia na família de Nazaré, a qual, mesmo nos momentos difíceis, permanecia unida no amor (Cf. Eclo 3,3-7.14-17a).
Na grande família que é a Igreja, as famílias humanas, acolhidas e fortalecidas pelo Evangelho, devem aprender a tornar este mundo um lugar mais seguro e aconchegante, com menos gente perdida e solitária.
O Papa João Paulo II, na Carta às Famílias, chamou a família de “Santuário da vida” (CF, 11). Santuário quer dizer “lugar sagrado”. É ali que a vida humana surge como que de uma nascente sagrada, e é cultivada e formada. É missão sagrada da família: guardar, revelar e comunicar ao mundo o amor e a vida.
O Concílio Vaticano II já a tinha chamado de “a Igreja doméstica” (LG, 11) na qual Deus reside, é reconhecido, amado, adorado e servido; nele também foi ensinado que: “A salvação da pessoa e da sociedade humana estão intimamente ligadas à condição feliz da comunidade conjugal e familiar” (GS, 47).
Que Jesus, Maria e José abençoem e encorajem nossas famílias para que elas sejam fiéis à missão que Deus lhes confiou, sendo verdadeiras “Igrejas domésticas” a testemunhar para o mundo os valores evangélicos, a exemplo da família santa de Nazaré.(Raimunda Gil Schaeken -Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR)