
O Ginásio Poliesportivo do Amazonas (Loris Cordovil) ficou verde e amarelo na noite desta terça-feira, dia 15, com o amistoso de vôlei masculino entre Brasil x Estado Unidos. Ao todo, 10.186 pessoas lotaram o complexo e vibraram a cada ponto, que terminou com a vitória do time canarinho por três sets a dois, com parciais de 25/22, 25/19, 25/11, 25/16 e 15/8. O evento ainda consagrou o central Isac como o maior pontuador da partida, ao somar 17 pontos. A ação recebeu apoio do Governo do Amazonas, via Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel).
Com uma equipe renovada, sem a vinda do levantador Bruninho, o oposto Wallace e o central Lucão, o técnico Renan Dal Zotto aprovou a atuação da equipe, que venceu o segundo amistoso consecutivo dentro de casa. O primeiro foi em São Paulo, no domingo, 13, quando a equipe canarinho ganhou por 3 sets a 0, também contra a equipe americana. A preparação visa a Copa dos Campeões que será em setembro, no Japão.
“O time vem sendo trocado constantemente e isso é muito importante, não podemos depender de seis, sete jogadores. Hoje mostramos que vários jogadores tem condições de jogar. O jogo hoje teve bons momentos, delicados, excesso de erros, tem que ter concentração máxima no saque e quando a gente consegue imprimir um bom ritmo de saque o jogo flui muito bom. O terceiro set foi prova disso, cercamos muito bem, bloqueio e defesa funcionaram. A coisa mais importante é que esses jovens garotos estão mostrando resultados”, disse Renan.

Para o pontuador da partida, Isac, que vem mesclando sua participação com um dos grandes nomes das Olimpíadas Rio 2016, Lucão, a oportunidade foi encarda com seriedade. “Nunca é fácil jogar contra os Estados Unidos. Meu sentimento é de dever cumprido, esperei a oportunidade de jogar e mostrar que estou bem, que estou no ritmo, que quero estar dentro de quadra. Esse é o meu papel e toda as vezes que eu tiver oportunidade de jogar vou dar o meu máximo dentro da quadra. A torcida vibrou junto e Manaus está de parabéns”, destacou.
Balanço
Presente na partida, o governador Davi Almeida elogiou o público local e afirmou que tem a intenção que o Amazonas tenha um time na Superliga de Vôlei. “O povo amazonense é apaixonado pelo esporte e acabei de falar com o Maurício Souza (central) e ele acabou de propor para que o Amazonas tenha um time na Superliga e eu já conversei com o presidente da Federação de Vôlei, Tadeu Picanço, e com o secretário Fabricio Lima, pois acredito que aqui começa um sonho que pode se tornar realidade”, disse

De acordo com o titular da Sejel, Fabricio Lima, o amistoso bateu o recorde de público de vôlei no Ginásio Poliesportivo do Amazonas, que até então era da Superliga Feminina, registrado em Rexona-Sesc (RJ) x São Cristóvão Saúde/São Caetano (SP), em fevereiro deste ano, ao somar 5.947 pessoas. Além disso, o gestor acredita que pelo bom andamento, o evento credencia a capital amazonense a receber outros jogos.
“Não poderia estar mais satisfeito e feliz com essa parceria que temos com a Confederação Brasileira de Vôlei, Federação Amazonense de Vôlei e o público amazonense, que sempre prestigia os eventos esportivos, principalmente o do vôlei, e que recepciona com muito carinho todos os jogadores. Além do mais, com o sucesso do público, da organização do jogo, com a rápida venda dos ingressos, conquistamos um espaço em relação a este esporte e agora estamos negociando um jogo do Cruzeiro e Campinas para este ano ainda e tenho certeza que vai dar certo e em breve vamos anunciar oficialmente”, revelou Lima.
Com o ídolo
Uma das torcedoras mais animadas no Ginásio era Jarine Frota, moradora do bairro São Raimundo. Com a bandeira do CRB, time de Alagoas, ela veio torcer pelo central Maurício Souza, jogador que ela conheceu quando morava na cidade nordestina.
“Morei em Maceió por dois anos e pela família do Maurício pude conhecer ele. É muito gratificante ver como ela se tornou um grande jogador. É uma sensação indescritível acompanhar a seleção campeã olímpica. Estou muito feliz por este momento”, contou a torcedora, que tirou várias fotos com o jogador da seleção brasileira.
O jogo
No primeiro set, com o Ginásio lotado, o manauara viu a seleção dos Estados Unidos sair na frente e dominar boa parte do jogo. O bloqueio e a defesa foram as principais armas dos norte-americanos. Os ponteiros Defalco e Patch foram os destaques pelo lado dos visitantes. O oposto Renan, os centrais Mauricio e Isac no bloqueio e o forte ataque do ponteiro Lucarelli foram os responsáveis pela reação e o fim da vantagem americana que venciam por 15 a 14. A frente do placar, a Seleção manteve a calma e encaixou o bloqueio para fechar o set em 25 a 22.
O segundo set foi de pressão para os Estados Unidos. O jogo pegado com pontos lá e cá resultou na paralisação de dois minutos e advertência do americano Defalco. Na retomada do set, os visitantes abriram seis pontos na largadinha de Christenson; 20 a 14. Em busca de corrigir os erros, muitos de saque, a seleção viu os americanos crescerem na partida e fecharem o set em 25 a 19, no erro do saque de Isac.

A empolgação americana voltou com mais ímpeto no terceiro set. Em menos de três minutos, os visitantes abriram a diferença de quatro pontos no placar, 5 a 1. Após o pedido de tempo do técnico Renan Dal Zotto, o Brasil empatou após um mini-rally em que o central Otavio largou o braço. E foi o novato na seleção que ajudou a desconstruir a defesa adversária fazendo 15 a 7. O momento de ascensão da Seleção, aliada ao ataque feroz de Lucarelli, Isac e Renan que levou a equipe a vencer o set por 25 a 11.
Sem sentir a derrota no set anterior, os americanos conseguiram novamente se distanciar no placar, chegando a abrir cinco pontos de diferença. O grandalhão Jendryk deu trabalho para o ataque brasileiro, que teve muitas bolas paradas no bloqueio. Pelas pontas, o experiente Lucarelli chegou a diminuir vantagem no placar, mas novamente os americanos empataram o set no erro de ataque da seleção: 25 a 16.
Na decisão, o tie-break de incríveis rallys e de muito empenho das equipes que decidiram ponto a ponto teve o Brasil a frente do placar no ponto de Mauricio, 6 a 5. A explosão e o apoio dos torcedores no ginásio conduziram o Brasil a fechar o set em 15 a 8 e o jogo em 3 a 2, em uma falha do ataque americano.