Mulheres de PMs e Bombeiros fazem ‘cemitério’ em frente ao palácio do governo de RR

Cruzes e cartazes no formato de caixão foram colocados na frente do palácio - Foto: Divulgação

Mulheres de policiais militares e bombeiros fizeram um ‘cemitério’ em frente ao palácio Senador Hélio Campos, sede do governo estadual, em Boa Vista, para cobrar o pagamento dos salários dos maridos, em atraso desde setembro.


Elas fincaram dezenas de cruzes e placas em formato de caixão para simbolizar o luto pela falta de respostas do governo acerca do prazo para o salário sair. Desde a quarta-feira (31) que o grupo acampa na frente do palácio.

“Estamos aqui há quatro dias. O governo disse que sairia dia 30, mas não saiu. Só vamos sair daqui quando o salário estiver em conta, não vamos mais aceitar prazos. Não importa o dia. O movimento começou com oito mulheres e hoje temos 50”, disse Amanda Teixeira, esposa de um PM.
Agentes socioeducativos também se juntaram às mulheres. A categoria está em greve desde o dia 22 e vai continuar paralisada até que os salários sejam pagos.

Cruzes e cartazes no formato de caixão foram colocados na frente do palácio.

“Estamos hoje fazendo um ato simbólico em que o nosso salário morreu. A governadora não dá uma satisfação sequer, somente nota de esclarecimento e nota de esclarecimento não paga conta, não paga alimentação dos nossos filhos”, disse Silvio Fortes.

Policiais civis que faziam o ‘velório’ da instituição ao lado da única delegacia que está funcionando na capital compareceram ao ato. Eles saíram em cortejo do 5º DP e levaram o caixão para o palácio.

“Esse cortejo simboliza o sepultamento da Polícia Civil. Estamos jogados às traças. O governo nos abandonou. A nossa instituição, para nós, morreu hoje”, disse Leandro Almeida, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Roraima (Sindpol).

Com as contas atrasadas e com a dispensa de casa vazia, a esposa de um bombeiro, Marizete Pereira disse que esperar que a governadora Suely Campos (PP) se coloque no lugar das famílias.

“Estou aqui como mãe. Temos contas para pagar e o salário atrasado. E nossos filhos que tomam leite? Mingau? Nossa dispensa não tem nada. Quero pedir que nossa governadora olhe para gente. Ela também é mãe…”, disse emocionada.

O salário reivindicado pelos servidores e familiares é o de setembro, que deveria ter sido pago, no máximo, dia 10 de outubro. Agora, com a chegada do mês de novembro, eles consideram que o salário de outubro também está em atraso, somando, dessa forma, dois meses.

Segundo as familiares, apenas parte dos PMs e bombeiros receberam salários no último dia 24, quando o governo efetuou o pagamento de 14 secretarias.

Em nota, o governo informou que o banco está cumprindo a decisão judicial de pagar primeiro os poderes. “Até o dia 9 de novembro, a folha de pagamento referente ao salário de setembro do restante do funcionalismo público será paga”.

Sem dinheiro nos cofres público, a crise financeira do estado tem impactado nos orçamentos dos poderes legislativo e judiciário, e também no sistema prisional. Nesta sexta a empresa Qualigourmet voltou a suspender o fornecimento de comida a seis unidades prisionais de Boa Vista.

Fonte: G1

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