A “Loucura” Eleitoral tem cura – por Carlos Santiago

Carlos Santiago é Sociólogo, Analista Político e advogado - Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal

São “loucos” pelo poder. Imagens nas redes sociais de pré-candidatos cantando e tocando violão, beijando velhinhos com lábios amorosos, comendo tapioquinha em casas de eleitores pobres, descascando tucumã para o morador comer, carregando gelo para o pescador, e com guarda-chuva colorido, fazendo visitas sociais debaixo de chuvas, demonstram a face da “loucura” dos políticos para conseguirem votos.


Essas loucuras dos pré-candidatos refletem também os desgastes dos políticos e a falta de sensibilidade intelectual para entender a realidade do momento social, do momento econômico e do momento político do Brasil: hoje existem 13 milhões de desempregados; quatorze milhões de pessoas na extrema pobreza e escândalos de corrupção que atingem partidos e membros graúdos dos poderes da República.

Na obra Elogio a loucura, o filosofo Erasmo de Rotterdam (1466-1536), ensina que a loucura pode ser compreendida como uma fuga do mundo racional real, uma forma de tornar a vida suportável. A fuga da realidade, hoje, talvez seja o objetivo dos políticos com cânticos, com o descascar tucumã e o de comer na panela dos mais pobres, tentando repassar um tipo de vida muito distante do seu dia a dia.

Carlos Santiago é Sociólogo, Analista Político e advogado – Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal

Essa corrida louca por votos tornou os políticos iguais, tanto faz ser Esquerda ou de Direita. A loucura não tem ideologia definida e nem distinção social. Se a morte funciona como nivelador natural de todos os homens, “a loucura passa também o seu nivelamento pelas distinções que inventamos”, conforme descreveu o genial escritor brasileiro Lima Barreto (1881-1922), na obra Triste Fim de Policarpo Quaresma.

É claro que os nossos insanos políticos não podem ser tratados nem pela psiquiatria tradicional que trata a loucura como se ela fosse uma mera doença biológica ou a psiquiatria moderna que a entende como doença mental impactada também pela coletividade, com tratamentos realizados com medicação e socialização dos pacientes.

Mas é no período eleitoral que a loucura desses políticos transparece com maior força. E tem cura! Uma cura vinda da consciência do eleitor e do título eleitoral. Basta tão somente o eleitor, no dia 07 de outubro, negar seu voto aos políticos que estão transformando o processo eleitoral numa corrida maluca pra conseguir ou se manter no poder.

* Carlos Santiago – Sociólogo, Analista Político e Advogado

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