André Vargas tem mandato cassado em sessão marcada por bate-boca e manobra

André Vargas, cassado em sessão tumultuada/Foto; Alan sampaio
André Vargas, cassado em sessão tumultuada/Foto; Alan sampaio
André Vargas, cassado em sessão tumultuada/Foto; Alan Sampaio

Passaram-se mais de três meses desde que o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou a cassação do mandato do deputado federal André Vargas, ex-petista e atualmente sem partido. Mas ela veio. Com 359 votos a favor, um contra e seis abstenções, Vargas foi cassado, hoje, quarta-feira (10), perdendo o cargo que ocupava desde 2007 como representante do Estado do Paraná no Legislativo federal.

Mas o processo não foi tão simples, mesmo nesta quarta, quando foi confirmada a cassação. Pouco antes da votação, o deputado José Mentor (PT-SP) aproveitou um momento de descuido dos colegas e encerrou a sessão na qual o futuro do mandato de André Vargas (ex-PT-PR) seria decidido.


Vargas foi alvo de representação no Conselho de Ética por suas relações com o doleiro Alberto Youssef. Parecer do deputado Julio Delgado, que pedia a sua cassação, deveria ser votado nessa sessão – mas graças ao ato de Mentor, um grande bate-boca tomou o Plenário.

A confusão começou quando Jair Bolsonaro (PP-RJ) ganhou o direito de resposta para que tentasse explicar o que dissera à ex-ministra Maria do Rosário. Enquanto tentava explicar o fato de ter dito que não estupraria a ex-ministra porque ela não merecia, e sob vaias e xingamentos de colegas, que o chamavam de estuprador, Bolsonaro foi interrompido por Mentor, que assumiu a cadeira da presidência e encerrou a sessão.

O gesto despertou a fúria dos deputados presentes no Plenário, que aguardavam a composição do quórum para iniciar o rito de votação do relatório que pede a cassação de Vargas. Relator no Conselho de Ética, Delgado acusou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de articular contra a realização da sessão. “Quem pautou a matéria trabalhou para derrubá-la”, vociferou o deputado mineiro.

Com a confusão, Alves finalmente deu as caras no Plenário. Embora tivesse convocado a sessão para as 11h, ele não apareceu para presidi-la. O presidente assumiu a responsabilidade pelo ato de Mentor. “Concordei com o encerramento ao saber que depois de duas horas não havia quórum. É minha responsabilidade”, disse Alves ao assumir a presidência da sessão.

Deputados acusaram o PT e o PMDB de fazer um acordo para esvaziar a sessão. O deputado Fábio Trad (PMDB-MS) chegou a questionar Alves sobre a ausência dos peemedebistas. “Onde está o PMDB, presidente? Somos 70 deputados e só eu estou aqui”, disparou Trad. Além da ausência maciça da bancada do PMDB, inclusive de seu líder, Eduardo Cunha (RJ), diversos petistas presentes ao Plenário não haviam marcado presença no painel eletrônico.

Ao final da discussão, Alves cedeu e colocou em votação um requerimento para que uma nova sessão fosse reaberta com a votação do relatório que pede a perda do mandato de Vargas. O requerimento foi reaberto e os deputados voltaram a discutir a matéria. Mesmo Mentor, que encerrou a sessão, não havia marcado presença no painel de presença.(iG)

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