Anticorpos e testes para detecção de malária são desenvolvidos no Amazonas

Foto: Érico Xavier

A malária continua sendo uma doença que atinge a população no Brasil e no mundo, e o diagnóstico rápido e preciso desta doença é de fundamental importância para o correto tratamento dos pacientes. Pensando em buscar novas metodologias para solucionar este problema, o pesquisador doutor em Biotecnologia, Luis André Mariúba, do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) vem desenvolvendo juntamente com seu grupo e colaboradores, anticorpos e imunoensaios específicos para diagnósticos de malária.


O projeto contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Excelência em Pesquisa Básica e Aplicada em Saúde (Proep).

A pesquisa coordenada pelo Dr. Mariúba desenvolveu e avaliou o desempenho de anticorpos IgG (produzidos em camundongos) e IgY (produzidos em ovos de galinha), capazes de detectar no sangue de pacientes proteínas marcadoras de infecções causadas por Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum, os quais são os principais causadores da malária no Brasil.

Foto: Érico Xavier

“Avaliamos estes anticorpos na metodologia tradicional de Testes para Diagnóstico Rápido (TDRs) por fluxo lateral (com apoio do Laboratório de Tecnologias de Diagnóstico Bio-Manguinhos/Fiocruz); por um método de fluxo lateral utilizando nanotubos de carbono (desenvolvido pelo Dr. Jin Woo Choi, Louisiana State University-USA), com adaptações desenvolvidas pela equipe; por eletroquímica (com apoio do Dr. Walter Brito-Ufam); e por citometria de fluxo”, disse.

Testes para Diagnóstico Rápido (TDRs)

Maríuba destaca que os TDRs se tornaram uma grande alternativa ao diagnóstico, principalmente em situações onde a microscopia não é de fácil acesso, como em localidades distantes.

“Vale ressaltar que o Brasil ainda é muito dependente atualmente de TDRs estrangeiros. Exemplos destas tecnologias de conhecimento geral pelo grande público são os testes comprados em farmácias, como de gravidez e de glicemia. Ambos os casos estão dentro do conceito ‘Point-of-Care’ (PoC), que são tecnologias que podem ser utilizadas ao lado do leito do paciente e ajudar nas decisões de profissionais da área da saúde”, relata.

Formação de Recursos Humanos

O projeto possibilitou a realização de trabalhos de Iniciação Científica (IC) e dois de mestrado, e sua continuação atualmente é base para duas IC, um mestrado, dois doutorados e um pós-doutorado. Foram desenvolvidos ainda um protótipo de equipamento para leitura quantitativa de testes rápidos e um aplicativo para registro de casos de malária (MalariaApp), ambos em colaboração com Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Federal do Amazonas (Ifam).

Foto: Érico Xavier

Patente

O pesquisador informou ainda que a pesquisa gerou, em outubro de 2018, um depósito de patente referente a um método de solubilização de nanotubos de carbono e diferentes aplicações testadas, como em TDRs, sensores eletroquímicos, citometria de fluxo e imunização de animais.

Malária no Amazonas

De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), no primeiro trimestre de 2019 foram registrados 11.358 casos de malária no Amazonas. Até o momento, o Amazonas está com redução 42,36% casos em comparação do mesmo período de 2018, que registrou 19.704.

A malária é causada por um parasita do gênero Plasmodium, transmitida pela picada de mosquitos infectados. Febre alta, sudorese e calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras regiões do corpo são os principais sintomas, que podem se manifestar, geralmente, em algumas semanas após a picada.

Grupo de Pesquisa

O projeto contou com apoio dos outros pesquisadores do ILMD/Fiocruz Amazônia, além de pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ifam, Senai e Bio-Manguinhos/Fiocruz.

Proep

O programa visou apoiar a promoção e execução de projetos estratégicos do ILMD/Fiocruz Amazônia por meio da concessão de auxílio pesquisa e bolsas; e fortalecer o papel estratégico da pesquisa desenvolvida no Instituto para geração de conhecimentos científicos que possam contribuir com a melhoria da saúde da população Amazônica.

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