Base do governo federal é cercada durante ação de retirada no Pará

Foto: Reprodução / TV Liberal

Invasores da Terra Indígena Apyterewa, do povo Parakanã, entre São Félix do Xingu e Tucumã, no sudeste do Pará, continuavam cercando a base federal nesta quinta-feira (19), pelo terceiro dia seguido. No local, há agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Força Nacional.


As equipes de fiscalização estão notificando ocupantes da terra indígena sobre o prazo para que eles se retirem da área. A operação conta com 12 caminhonetes e 2 helicópteros instalados na base dentro da reserva indígena.

Em vídeos, os agentes federais aparecem sendo coagidos pelo grupo de não indígenas, que são contra o cumprimento judicial de retirada. O grupo de 50 a 70 pessoas também montou uma barricada com pneus e pedaços de madeira em uma ponte para impedir o acesso à base, ameaçando integridade física dos agentes públicos que estão nas ações de fiscalização contra desmatamento ilegal.

O Ibama disse, por meio de assessoria, que os agentes ambientais estão atuando para cumprimento judicial e que forças de segurança estão agindo para proteger os fiscais.

A Polícia Federal em Redenção disse, na última quarta (18), que encaminharia uma equipe para terra indígena ainda esta semana. Nesta quinta. a PF confirmou que ainda aguardava apoio na região.

O G1 também solicitou nota do governo federal e da Funai, mas ainda não havia obtido resposta até a última atualização desta reportagem.

O uso da Força Nacional foi autorizado pelo Ministério da Justiça na terra indígena Apyterewa, apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como a segunda terra indígena mais desmatada do Brasil entre 2018 e 2019, segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Terras indígenas mais desmatadas entre 2018 e 2019

  1. Ituna/Itatá (Pará) – 119,92 km²
  2. Apyterewa (Pará) – 85,25 km²
  3. Cachoeira Seca (Pará) – 60,20 km²
  4. Trincheira Bacajá (Pará) – 34,62 km²
  5. Kayapó (Pará) – 20,04 km²
  6. Munduruku (Amazonas e Pará) – 18,28 km²
  7. Karipuna (Rondônia) – 10,82 km²
  8. Uru-Eu-Wau-Wau (Rondônia) – 10,81 km²
  9. Manoki (Mato Grosso) – 4,55 km²
  10. Yanomami (Roraima) – 4,17 km²

Os não indígenas alegam que os fiscais estariam agindo com truculência, queimando barracas, apreendendo veículos e destruindo motosserras e geradores de energia. Dois homens foram presos. Revoltados, os ocupantes passaram a se concentrar em frente à base montada e agentes da Força Nacional tentam negociar.

A retirada dos não indígenas se arrasta desde 2005. Em junho de 2020 o ministro Gilmar Mendes (STF) acatou um pedido Prefeitura de São Félix do Xingu para que fosse feita uma conciliação entre indígenas, ocupantes e Governo Federal.

G1

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