
A atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas eleições de 2024 é “muito maior do que imaginava”, afirmou o coronel Pedro Luís de Souza Lopes, chefe do centro de inteligência da Polícia Militar do Estado de São Paulo, durante o 18º Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado em Recife, no dia 15 de agosto. Lopes destacou que a presença do PCC não se limita a uma quantidade específica de municípios, mas há vários com evidências significativas de movimentação do tráfico tentando influenciar as campanhas eleitorais.
O coronel afirmou que a operação eleitoral já está em curso em todo o estado e ressaltou a importância de monitorar qualquer ingerência criminosa que possa comprometer o processo eleitoral. Ele revelou que o alto comando da polícia tem se reunido com representantes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para discutir o tema e que as forças de segurança estão recebendo material relevante sobre o assunto.
Lopes sugeriu que o PCC está explorando novas formas de lavagem de dinheiro, como o uso de criptomoedas e fintechs, além de seus tradicionais esquemas de tráfico de cocaína. Ele também mencionou que a organização criminosa está se expondo ao participar de contratos públicos, o que tem levado a investigações, como uma que está analisando a possível infiltração do PCC em empresas de transporte público.
Em paralelo, a Polícia Civil de São Paulo desencadeou a Operação Decurio no início do mês, visando a infiltração do PCC em candidaturas eleitorais. A operação resultou na prisão de João Gabriel de Mello Yamawaki, um dos principais responsáveis por esquemas de lavagem de dinheiro da facção, e afetou dois candidatos a vereador de Mogi das Cruzes e Santo André. Ambos foram alvo de medidas restritivas que os impedem de exercer cargos públicos.
O PSD e o União Brasil, partidos aos quais os candidatos pertenciam, informaram que estão tomando medidas para lidar com as denúncias e garantir a integridade do processo eleitoral. O União Brasil retirou um dos candidatos da disputa após a confirmação de sua ligação com o PCC.
As defesas dos envolvidos negam as acusações e afirmam que as provas são insuficientes. A 4TBank, uma das empresas citadas, defendeu a legalidade de suas operações e repudiou as alegações de envolvimento em atividades criminosas.
Fonte: MSN Brasil