Cobertura de atentado em Paris é a mais nova decepção do “Jornal Nacional”

A sexta-feira (13) de horror na capital francesa chocou o planeta. O dia ficará marcado na história como uma versão europeia do 11 de setembro. Trocam-se alguns atores, como a Al Qaeda pelo Estado Islâmico, mas o impacto que o atentado parece ter nos rumos geopolíticos do mundo é novamente assustador.
Claro, a proporção de vítimas fatais é 10 vezes menor que naquele fatídico dia. Porém maior do que em qualquer outro ato terrorista nas grandes metrópoles ocidentais desde o ataque ao sistema de trens de Madri em março de 2004.


É evidente também que Paris possui bem menos representação da imprensa brasileira do que Nova York. Assim como o horário nobre para nós dificultou a derrubada das grades de programação na TV.

É o caso da Globo. Primeiro, quando os números ainda não confirmavam, mas as evidências já apontavam para uma tragédia colossal, a emissora optou em não utilizar seu Plantão, reduzindo a primeira cobertura para flashes nos intervalos.

A compensação viria no “Jornal Nacional”, certo? Não. O “JN” fez aquela que possivelmente deve ser reconhecida até internamente como uma de suas piores coberturas ao vivo em todos os tempos.

A edição, confusa, parece ter sido paginada ao vivo sem nenhum critério. Faltou uma definição clara se era um dia comum com inserções eventuais de Paris ou uma ocasião de fato especial com um esforço de reportagem para manter ao máximo a notícia do momento no ar.

Revezando entre informações do atentado e pautas completamente de gaveta como a produção de lixo eletrônico e uma colônia de férias para viciados em tecnologia, que podiam ser encaixadas em outro dia sem nenhum prejuízo, o “JN” mais confundiu do que informou.

É evidente que a tensão que a adrenalina imposta por uma cobertura ao vivo dessas atrapalha muito. Mas a sensação passada foi de que a perdição era mais editorial (sobre qual espaço o atentado merecia) do que de conteúdo, afinal, no tempo que fosse reservado, não faltavam notícias importantes da França, como boa parte dos maiores canais do planeta já informava ininterruptamente naquela altura.

Nos momentos em que o terror ganhou espaço, a narrativa da conversa entre William Bonner e Roberto Kovalick, que falava da redação de Londres, foi absolutamente confusa. Além do delay do áudio, a linha de pensamento dos dois não coincidia. Um show de improviso no mau sentido.

Diante disso, Renata Vasconcellos praticamente sumiu e limitou-se a ler o TP. Ela, que sabidamente sabe ancorar coberturas ao vivo, como fez na Jornada Mundial da Juventude, sucumbiu diante das informações enroladas passadas por seus colegas.

(Na Telinha)

 

Artigo anterior“A Fazenda”: Após briga em festa, peões levam punição pesada da produção
Próximo artigoLegado da Copa(Por Pedro Cardoso da Costa)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui