Comissão de Ética da PR decide apurar conduta do ministro Geddel Lima

Ministro Geddel Lima vai para Comissão de Ética/Foto: Valter Campanato

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar a conduta ética do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, ao procurar o ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, para tratar de “interesses pessoais”.
Na manhã desta segunda-feira (21), o relator do caso, conselheiro José Saraiva, havia pedido vista por não ter tempo para analisar o processo contra Geddel, mas durante a tarde ele voltou atrás e decidiu pela abertura do processo.


De acordo com Mauro Menezes, presidente da comissão, o órgão declarou por unanimidade o início das investigações sobre Geddel.

Ministro Geddel Lima vai para Comissão de Ética/Foto: Valter Campanato
Ministro Geddel Lima vai para Comissão de Ética/Foto: Valter Campanato

A partir de amanhã, terça-feira (22), o ministro terá dez dias para se manifestar sobre o assunto. A depender de outras informações que serão solicitadas, o colegiado já poderá responder sobre o caso na próxima reunião, marcada para 14 de dezembro.

O presidente do órgão informou que, enquanto os conselheiros discutiam o assunto, o ministro Geddel telefonou à comissão.

“Ele mostrou boa vontade em responder com máxima rapidez. Expressei ao ministro que ele terá todas as condições de oferecer sua manifestação. A comissão levará em conta seu pronunciamento, produzirá provas que ele eventualmente desejar. Foi uma conversa amistosa, cordial”, assegura Menezes.

Pedido de demissão

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão do cargo na última sexta-feira (18), alegando “razões pessoais”.

No fim de semana, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que o ministro Geddel Vieira Lima o pressionou a intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador, onde ele adquiriu um imóvel.

O empreendimento não foi autorizado pelo instituto e por outros órgãos por ferir o gabarito da região, que fica em área tombada. Também em entrevista à Folha, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado.

Durante a tarde de hoje (21), o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, veio a público dizer que o presidente Michel Temer decidiu manter o ministro no cargo.

Segundo Mauro Menezes, a comissão não cogita levantar dúvidas sobre a atitude do conselheiro José Saraiva devido à sua mudança de opinião.

“O tempo foi muito exíguo para cada um formar sua convicção.Temos o maior respeito pelo conselheiro Saraiva, os posicionamentos dele foram fundamentados”, disse, explicando que as denúncias surgiram nas últimas 48 horas.

Amanhã (22), um dos sete membros da comissão de ética será sorteado relator do caso.(iG/AgBr)

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