Conheça os vencedores do Prêmio Brasil Fotografia 2017

Índios Molhados/Foto: Nair Benedicto

Definindo como critérios a preocupação com a linguagem e narrativa, qualidade técnica e visual, sensibilidade cromática, dimensão encantatória da arte e criatividade, a comissão de premiação selecionou os vencedores. Confira:
Prêmio Brasil Fotografia Especial: Nair Benedicto, por sua importante reflexão sobre a fotografia. Seu trabalho registra as minorias, mostrando a cultura popular, dissecando a participação da mulher na sociedade, além de uma vasta iconografia indígena e de trabalhadores sem-terra.


Índios Molhados/Foto: Nair Benedicto

Prêmio Brasil Fotografia Ensaios Impresso: Antonio Saggese, pelo ensaio ‘Hiléia’, composto por 12 fotos de florestas, tratadas de modo que se assemelham a gravuras dos naturalistas do século XVII. O trabalho não se propõe como ‘fotografia de natureza’ nem como documentação ou denúncia. São fotografias realizadas com um olhar despido da gramática da linguagem fotográfica moderna, prescindindo de recortes espaciais e temporais.

Prêmio Brasil Fotografia Ensaios Multimeios: Gilvan Barreto, pelo trabalho ‘O Guarani’. A obra se apropria de símbolos nacionais, para refletir sobre a violência institucional no Brasil. Neste caso, faz referência especificamente à perda de direitos e violência brutal que os povos indígenas do Brasil vêm sofrendo. Enquanto a vitrola toca uma nova versão do clássico ‘O Guarani’, lentamente um líquido vermelho-sangue inunda a radiola e distorce a sonoridade da ópera, adaptada pelo maestro Carlos Gomes em 1870 e que se tornou tema do noticiário radiofônico ‘A voz do Brasil’, de difusão obrigatória, criado em 1935.

Prêmio Brasil Fotografia Revelação: André Arruda, pelo ensaio ‘Clóvis’, com 12 fotos, de situações carnavalescas, em que as fantasias lembram pierrôs e arlequins, características do subúrbio (principalmente das Zonas Norte e Oeste e Baixada Fluminense) do Rio de Janeiro. As vestes, de confecção esmerada, são muito coloridas e obedecem um rito indumentário, assim como as baianas das escolas de samba. Os Clóvis são hoje, paradoxalmente, um movimento grande e quase marginal. Reflexo da influência da cultura pop de massa, o samba foi trocado pelo funk como trilha sonora das turmas.

Foram concedidos dois Prêmios Bolsa para desenvolvimento de projeto. Um deles foi para Adriano Escanhuela, com o projeto ‘Umidus’, que desenvolverá uma investigação em algumas cidades, às margens do Rio Tietê, com menos de cem mil habitantes, observando a paisagem, a arquitetura e a vida. Ele produzirá as imagens por meio de um processo arcaico, do sec. XIX, em placa úmida de colódio chamada ambrotipia, que depende da unidade para ser realizado, contrapondo a produção digital da atualidade.

O outro a Osvaldo Carvalho, pelo projeto ‘Outras paisagens’, cujo objetivo é o levantamento de registros em filmes fotográficos descartados, no que se refere às pontas de filmes, re-significando este material que é descartado, ignorado e até mesmo desconhecido de muitos profissionais, principalmente a sua capacidade imagética.

Menções Honrosas: foram escolhidos dois trabalhos: o ensaio impresso de André Cunha, pela obra ‘Semeadura’, apresentando um ensaio sobre uma família, que vive da agricultura em seu pequeno espaço, alheia às comodidades atuais, produzindo seu próprio sustento (material e espiritual), calcado em uma vida natural, simples, porém repleta de peculiaridades que podem ser entendidas como reflexos de uma proposta alternativa; e o ensaio multimeios de Tiago Coelho, pela obra ‘O Marketing’, que propõe um jogo de estereótipos desvendando e documentando, por meio de retratos, os personagens que estão por trás de cada uma das placas de anúncio. Cada personagem foi retratada em seu ambiente de trabalho depois de ter sua placa registrada no contexto urbano. A gravação dos áudios aconteceu um ano após os retratos serem captados através de chamadas telefônicas para os mesmos números dos respectivos anúncios.

 

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