Os funcionários da estatal NAV Brasil, responsável pelos serviços de controle de tráfego aéreo no país em 23 aeroportos, aprovaram uma greve que terá início na próxima segunda-feira (9). A paralisação tem o potencial de afetar as operações de grandes terminais brasileiros, como Guarulhos e Viracopos, na Grande São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
A decisão pela greve foi tomada durante uma assembleia virtual realizada nesta terça (3), com voto favorável de 64,5% dos 1,1 mil trabalhadores. A NAV Brasil emprega 1.698 pessoas e é responsável por coordenar 38% dos pousos e decolagens no país, conforme informações disponíveis em seu site oficial.
Os controladores de tráfego aéreo, representados pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo (SNTPV), planejam uma paralisação de uma hora por dia durante a primeira semana de greve. Na semana seguinte, entre 16 e 21 de outubro, a paralisação será ampliada para duas horas por dia – das 7h às 8h pela manhã, e das 18h às 19h à tarde.
A greve surge no contexto de negociações salariais, com a estatal oferecendo um reajuste de 4,83% aos funcionários, enquanto que o sindicato reivindica 8,5%, correspondente à reposição da inflação desde o último acordo. Além disso, o sindicato exige melhorias nas condições do auxílio à saúde e a realização de concursos para contratação de pessoal nas áreas administrativas e operacionais.
Os controladores de tráfego aéreo garantiram que notificarão com antecedência as companhias aéreas, outros sindicatos relacionados e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) sobre os dias e horários das greves. Eles também asseguraram que serviços considerados inadiáveis serão mantidos.
A NAV Brasil foi criada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) em dezembro de 2020, atendendo a um pedido das Forças Armadas. A estatal é resultado da divisão da Infraero, responsável pela administração de aeroportos ainda não privatizados no país.
Os profissionais da NAV Brasil fazem parte do segmento civil do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (Sisceab), enquanto o segmento militar é atendido pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Força Aérea Brasileira (FAB).
Fonte: Gazeta do Povo
