Corrigir os erros e marcar gols, só assim Brasil escapa da ´degola´

Gabriel Jesus pode fazer a diferença, em Salvador/Foto: Reuters
Gabriel Jesus pode fazer a diferença, em Salvador/Foto: Reuters
                       Gabriel Jesus pode fazer a diferença, em Salvador/Foto: Reuters

A seleção brasileira vai a campo para evitar o que seria mais um vexame marcante em sua história recente. A partida contra a Dinamarca, às 22h00 (de Brasília) na Arena Fonte Nova, hoje, quarta-feira, pode ser um marco para a campanha nos Jogos Olímpicos: em caso de vitória, as chances de terminar o Grupo A na liderança são grandes. Mas, em caso de derrota ou até empate, a eliminação passa a ser possível.


Com dificuldades internas, principalmente por conta dos empates nos dois primeiros jogos, o Brasil de Rogério Micale sabe que precisa colocar os nervos no lugar e corrigir problemas de campo para, principalmente, fazer o gol que pode dar mais tranquilidade aos jogadores, dos mais jovens aos mais experientes. Abaixo, as maiores dificuldades que precisam ser enfrentadas nesta noite.

Nervos no lugar para tomar as decisões corretas

O Brasil tem oscilado dentro das partidas, principalmente quando perde o apoio dos torcedores. Em Salvador, a tendência é de um clima mais favorável nas arquibancadas, o que pode ajudar os jogadores a tomar decisões corretas. Nos momentos de tensão, a equipe se afobou, arriscou muitos chutes de longe e tentou jogadas perigosas na intermediária ofensiva, o que deu margem a contragolpes e aumentou a irritação do público.

Aproximar para fazer triangulações

Esse processo foi melhor diante dos iraquianos, mas ainda há margem para crescimento e certamente será buscado por Rogério Micale. No momento ofensivo, a equipe brasileira sente falta de ter os jogadores mais próximos e de mais opções de passe para triangulações que abram espaço na defesa adversária.

Estar mais compacto para não sobrecarregar a marcação

O distanciamento entre os setores de defesa, meio-campo e ataque tem deixado os jogadores mais marcadores expostos. Thiago Maia, em vários momentos nos primeiros dois jogos, recorreu a faltas para conter contragolpes e está suspenso do confronto em Salvador. Renato Augusto já admitiu que evita ir à frente para não expor a equipe. Mas, se o time conseguir ficar mais compacto, todos terão mais liberdade na hora de atacar.

Usar o que Neymar tem de melhor sem ser individualista

Nos dois primeiros jogos (amistoso com Japão e estreia contra África do Sul), Neymar prendeu demais a bola e chegou a prejudicar o time em alguns momentos. Já diante dos iraquianos, tocou menos na bola (101 da estreia contra 65) e levou menos perigo (nenhum dos cinco chutes acertou o gol), mas participou de forma mais coletiva. O desafio dele é conseguir se inserir no jogo em equipe sem perder o que tem de melhor, que é o drible e a finalização.

Fazer mais inversões de jogo

Esse é um dos princípios de jogo básicos para Rogério Micale e que tem sido pouco feito pelo Brasil. Seja em torno do círculo central ou já próximo do ataque, inverter a bola diretamente de um lado a outro ajuda a achar espaços e conseguir superioridade numérica em um setor, como dois atacantes contra um defensor. Até aqui, a seleção tem feito inversões de maneira mais lenta e menos arrojada, o que não ajuda tanto a abrir caminhos no campo.

Ter mais precisão nas finalizações

De acordo com números do site Opta, especializado em estatísticas, a seleção finalizou 40 vezes nos dois primeiros jogos, mas apenas 11 dessas conclusões acertaram o gol. A pontaria ruim foi apontada como problema por Micale em entrevista coletiva e, em alguns momentos, também pode estar relacionada com o fator emocional e a ansiedade para marcar pela primeira vez na Olimpíada.

Gabriel Jesus precisa entrar na Olimpíada

Entre os jogadores mais ansiosos da equipe, o atacante foi a campo contra o Iraque determinado a superar a grande chance de gol perdida diante da África do Sul. Pouco participativo na estreia, Gabriel Jesus conseguiu ser bem mais ativo e levou perigo. Em 50 minutos, finalizou cinco vezes, todas dentro da área iraquiana, mas novamente pareceu sentir o nervosismo. Com muitas bolas perdidas, foi substituído no começo do segundo tempo.

FICHA TÉCNICA

BRASIL x DINAMARCA

Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Data: 10 de agosto de 2016 (quarta-feira)
Horário: 22h00 (de Brasília)
Árbitro: Alireza Faghani (Irã)

BRASIL: Weverton; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos (William); Rodrigo Dourado; Felipe Anderson (Luan) e Renato Augusto; Gabriel, Gabriel Jesus e Neymar.

Treinador: Rogério Micale

DINAMARCA: Hojberg; Desler, Gomes, Gregor e Blabjerg; Borsting, Jonsson, Maxso e Vibe; Larsen; Madsen.  
Treinador: Niels Frederiksen

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