
Em dezembro, a cesta básica na capital amazonense fechou o ano custando R$ 357,29, o décimo maior valor entre as 18 cidades onde o DIEESE realiza a pesquisa. Em um ano, os gêneros alimentícios subiram 11,41%, uma vez que em dezembro de 2014 a mesma cesta custava R$ 320,7, em termos nominais R$ 36,59 mais cara. Em relação a novembro de 2015, os preços subiram 1,25%. Dos 12 produtos que compõem a cesta básica de Manaus, dez registraram alta em comparação com dezembro de 2014: feijão (39,54%), óleo de soja (21,54%), tomate (19,77%), açúcar (15,38%), carne (12,36%), leite (6,6%), pão (5,47%), café (3,41%), banana (2,78%) e manteiga (1,72%).
Outros dois itens tiveram retração: farinha (-5,5%) e arroz (- 2,57%). A Tabela 1 mostra o tempo de trabalho comprometido com a aquisição de cada item da cesta em dezembro de 2015 e de 2014. Clima muito instável e rigorosos pelo impacto do “el ninho”, recomposição de alguns preços administrados como a gasolina e energia, desvalorização cambial acentuada e maior ênfase exportadora de alguns produtos como a carne, contribuíram com a alta dos preços dos produtos da cesta básica de Manaus durante o ano de 2015, cinco deles com aumentos superiores à inflação estimada para o ano.
Entre novembro e dezembro de 2015, sete produtos ficaram mais baratos: manteiga (- 8,06%), feijão (-6,3%), banana (-3,06%), farinha de mandioca (-2,58%), pão (-1,03%), arroz (-0,73%) e leite (-0,31%). Aumentos foram apurados em cinco itens: açúcar (7,69%), tomate (7,54%), óleo de soja (7,08%), carne bovina (2,6%) e café (1,11%). Na Tabela 2, é possível ver as variações verificadas entre novembro e dezembro, e o tempo de trabalho comprometido para a compra de cada produto nos dois meses.
Em dezembro de 2015, o trabalhador manauara remunerado pelo salário mínimo comprometeu 99 horas e 45 minutos de sua jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais, tempo menor que as 97 horas e 27 minutos exigidas no mesmo período de 2014. Em novembro de 2015, a jornada comprometida também era um pouco menor, já que naquele mês eram necessárias 98 horas e 31 minutos. Quando a comparação é realizada com o valor do salário mínimo líquido – após o desconto da parcela referente à previdência, verifica-se que o trabalhador de Manaus comprometeu, em dezembro de 2015, 49,28% do total recebido com a compra de uma cesta básica. Em novembro, a mesma compra exigia 48,67%, e em dezembro de 2014, 48,15% do salário mínimo daquele período.