Um alarmante aumento nas internações por dengue tem preocupado os serviços de saúde em São Paulo. De acordo com uma pesquisa inédita realizada pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), nos últimos dias, 80% dos hospitais privados do estado registraram um significativo aumento nos casos de internação por dengue.
A pesquisa, que ouviu 91 hospitais privados paulistas entre os dias 29 de janeiro e 7 de fevereiro, revelou que a faixa etária mais afetada pelos casos de dengue está entre 30 e 50 anos. Além disso, nos serviços de pronto-atendimento, onde são atendidos casos de urgência e emergência, 89% dos hospitais particulares registraram um aumento nos casos suspeitos da doença.
Entre os hospitais consultados, metade revelou um crescimento entre 11% e 20% nas internações em leitos clínicos. No entanto, a maioria das unidades (89% do total) não registrou aumento nas internações em unidades de terapia intensiva (UTI), sendo que em 11% delas houve um crescimento de até 5%. Nestes casos, a média de tempo de internação em UTI por causa da dengue foi de quatro dias.
Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, ressaltou a gravidade do surto e a necessidade de ações das autoridades sanitárias para conter a proliferação do mosquito transmissor. “O surto cresce rapidamente e o único controle mais efetivo é o aumento das ações das autoridades sanitárias para orientar a população no controle da proliferação do mosquito transmissor e ações diretas de combate ao mosquito”, disse Balestrin em nota.
Como resposta à gravidade da situação, o governo de São Paulo lançou o Painel de Monitoramento da Dengue, apresentando a evolução dos casos de arboviroses em todo o estado. Segundo os dados do painel, já foram confirmados 42.134 casos de dengue em São Paulo neste ano, com nove óbitos e 15 em investigação.
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e pode causar sintomas como febre alta, dor no corpo, manchas na pele, entre outros. A prevenção da doença é essencial, e medidas como eliminar água parada e o uso de repelentes são recomendadas.
Com o aumento dos casos, a procura por repelentes tem crescido exponencialmente. Segundo uma rede de farmácias, entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, a busca por repelentes aumentou 450% em todo o Brasil, refletindo a preocupação da população com a prevenção da dengue.
Em relação à Covid-19, a pesquisa realizada pelo SindHosp também revelou um aumento no pronto-atendimento, mas os casos têm sido menos graves. Enquanto todos os hospitais registraram um aumento nas internações em leitos clínicos, apenas 2% dos hospitais privados tiveram aumento de internações em UTIs por causa da doença.
Com informações Agência Brasil
