Desconfiança e fiasco: petroleiras internacionais frustraram o leilão do Pré-Sal

O leilão da cessão onerosa dos campos do pré-sal às multinacionais do setor de petróleo, um dos principais objetivos do golpe de 2016, resultou em um fiasco sem precedentes.


Ao todo, dos quatro blocos ofertados somente dois foram adquiridos e a expectativa do governo Jair Bolsonaro de arrecadar R$ 100,6 bilhões com a entrega do petróleo brasileiro às petroleiras internacionais foi frustrada ante um total de R$ 69,9 bilhões que foi amealhado.

O analista Artur Araújo havia previsto o fracasso do leilão no Giro das 11 da TV 247 na última segunda-feira (4): “Além da Petrobrás, só as estatais chinesas puseram dinheiro no leilão.

A China Comunista tem poder real em suas relações comerciais com o Brasil de Bolsonaro e avalia que ‘se garante’. As outras petroleiras estrangeiras refizeram suas análises de risco e comenta-se terem avaliado que há muita insegurança política e jurídica no Brasil de Bolsonaro para colocarem bilhões de dólares em um país instabilizado por seu próprio governo.”

Os analistas do setor financeiro estavam perplexos no início da tarde: “Há frustração em relação ao leilão, com a Petrobras levando 90% do consórcio de Búzios”, disse Flavio Serrano, economista sênior do banco Haitong à Reuters. “Havia expectativa de maior participação de empresas estrangeiras.”

O leilão teve início com a venda do campo de Búzios, na Bacia de Santos, teve somente o consórcio integrado pela Petrobrás e pelas chinesas CNOOC e CNODC como interessado. A área foi adquirida sem ágio por um bônus de assinatura da ordem de R$ 68.194 bilhões. O campo de Búzios é considerado a área mais promissora do leilão do pré-sal.

O bloco de Itapu também teve uma única oferta, feita pela Petrobrás, A estatal pagou um bônus de assinatura de R$ 1,76 bilhão pela área. Os blocos de Sépia e Atapu não tiveram interessados.

Logo após resultado do leilão, que ficou abaixo do esperado pelo mercado, ações da Petrobrás na Bolsa entraram em queda. Às 11h49 da manhã desta quarta-feira (6), a ação ordinária recuava 0,74%, a R$ 32,31 e a ação preferencial caiu 0,51%, sendo cotada a R$ 29,507.

O dólar reverteu seu curso e avançava mais de 1% em relação ao real nesta quarta-feira, devido ao fracasso. Às 11:30, o dólar avançava 1,62%, a 4,0580 reais na venda. O dólar futuro operava em alta de 1,69%, a 4,068 reais.

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