A presidenta Dilma Rousseff desistiu, ao menos momentaneamente, de indicar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), no lugar do ex-ministro Joaquim Barbosa. Cardozo continuará no cargo atual. Se as coisas se acalmarem, mais adiante, Dilma pode voltar a pensar na possibilidade de indicá-lo. Ao todo, ela escolherá pelo menos seis nomes à Corte até o final do segundo mandato. A presidenta cedeu às pressões de líderes do PMDB. O partido aliado mandou recados ao Palácio do Planalto de que barraria a indicação de Cardozo no Senado, que tem a prerrogativa constitucional de ratificar as escolhas. Peemedebistas demonstram contrariedade com o ministro porque avaliam que ele não tem controle da Polícia Federal.
Os parlamentares do PMDB criticam operações que tiveram como alvo figuras ligadas ou próximas ao partido. Dentro do PT, também existem resistências a ele, pelo mesmo motivo e pela maneira como vem tratando, por exemplo, a demarcação e os conflitos em terras indígenas. Com a manutenção de Cardozo na Justiça, ganha força para a vaga de Barbosa o nome de Luís Inácio Adams, advogado-geral da União, que já foi especulado quando outras vagas no Supremo foram abertas. Outros dois nomes já tidos como certos para o novo ministério de Dilma são os de Miguel Rossetto, atual ministro do Desenvolvimento Agrário, para a Secretaria-Geral da Presidência; e o de Arthur Chioro, que continuará na Saúde. O governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), e seu irmão Ciro, chegaram a ser cogitados para ocupar a vaga do ministro petista, mas a presidenta optou pela continuidade do atual titular no cargo.
Doutor em Israel
O ex-presidente do STF Joaquim Barbosa receberá o título de doutor honoris causa da Universidade Hebraica de Jerusalém. A cerimônia será realizada em junho do ano que vem. O filósofo francês Jean-Paul Sartre e o ex-presidente norte-americano Bill Clinton já receberam o mesmo título.
Comissão de SP diz que Juscelino foi assassinado
A Comissão da Verdade de São Paulo “Rubens Paiva” divulgará hoje o seu relatório, com cerca de mil páginas, no qual conclui que o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi assassinado pela ditadura militar no Brasil. O relatório fala de vários planos de assassinato e aponta “fraudes gritantes” nas perícias de acidente automobilístico sofrido por JK.
Briga de escola
As ofensas de Jair Bolsonaro (PP-RJ) à colega Maria do Rosário (PT-RS) causaram discussão também na Câmara do Rio. O tema foi abordado por Renato Cinco (PSol). O vereador Carlos Bolsonaro (PP), filho do deputado, se postou na frente dele no meio da fala. Cinco o chamou de “valentão de colégio”.
Em posse no TCU, Skaf assina livro e vai embora
O presidente da Fiesp e ex-candidato a governador de São Paulo Paulo Skaf (PMDB), chamou a atenção ontem ao chegar à posse, em Brasília, de Aroldo Cedraz na presidência do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele assinou o livro de presença, deu meia-volta e foi embora. Cerca de duas horas depois estava num almoço em São Paulo, com o vice-presidente, Michel Temer. Os novos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) chegaram juntos no mesmo carro e sentaram lado a lado.
Reforma tributária “mais adiante”
No almoço com empresários em São Paulo, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) afirmou que o governo terá condições de aprovar a reforma tributária “mais adiante”. Lembrou que, apesar de não ter feito a esperada mudança sistêmica, a atual gestão desonerou 56 setores e abriu mão de arrecadar R$ 80 bilhões com a medida. Segundo ele, com o baixo crescimento, a presidenta Dilma priorizou a manutenção dos índices de emprego e o poder aquisitivo da população.
“Fui agredida como mulher, parlamentar e mãe. Chego em casa e tenho que explicar isso para a minha filha”
Maria do Rosário, deputada federal (PT-RS), sobre o colega Jair Bolsonaro (PP-RJ) ter dito que não a estupraria porque ela não merecia.(iG)