Empresas exportadoras de cosméticos do Amazonas conseguiram elevar em mais de 300%, a margem de lucro com as vendas no comércio exterior, segundo afirmações de empresários, durante capacitação ‘Formação de Preço e Tributação no Comércio Exterior’, promovida pelo Centro Internacional de Negócios (CIN-AM), da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), como parte do Projeto de Inserção Internacional Competitiva de Pequenos Negócios (INSERI).
De janeiro a agosto de 2014, os empresários registraram um faturamento de US$ 70.567,50 contra US$ 292.779,15 no mesmo período deste ano, representando um aumento de 315% em 2015. Para o gerente-executivo do CIN-AM, Marcelo Lima, além da alta do dólar, o êxito das vendas de cosméticos se deu também em virtude do forte apelo dos produtos naturais amazônicos no mercado internacional. Por representar a região de maior e mais rica biodiversidade do mundo, é considerada única e o seus produtos como sementes, frutas e oleaginosas tem sido cada vez mais bem recebidos no comércio exterior.
“O dólar veio disparar nas últimas semanas e o êxito nas vendas de cosméticos vem desde o início do ano. São produtos que continuam em ascensão mesmo com o cenário econômico desfavorável para alguns setores. Não podemos dizer que toda empresa que entrar no ramo conseguirá atingir altos lucros com a exportação, pois é preciso estratégia e um bom produto. Mas as empresas que já tem vivência no mercado nacional e preparo conseguem elevar o lucro com as exportações em 15%, 50%, 100% ou até 500%, dependendo do produto, quantidade e país de exportação”, afirmou Lima.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) revelam que empresas localizadas na região amazônica lidam diretamente com mais de 35 países diferentes, cada uma. Dentre os produtos mais comercializados encontra-se o açaí, castanha-do-pará e a andiroba, conhecidas como ‘superfrutas’ devido as suas propriedades.
Novos mercados
Segundo o empresário Schubert Pinto Jr., os últimos meses tem sido de oportunidades para a empresa Pharmacos. Ele afirma que com as exportações dos produtos de cosmético, a firma de médio porte conseguiu atingir um lucro de até 300% com as vendas no mercado internacional. Para os próximos períodos, a meta é conquistar o mercado norte-americano com a instalação de um escritório em Miami.
“A exportação é algo que começamos a trabalhar este ano e temos tido êxito nessa nova etapa. Nossos produtos possuem 100% de essência da região e são muito bem recebidos no exterior, ainda mais em um país como os Estados Unidos, onde eles possuem uma renda de vida alta. Eles podem pagar por um produto diferenciado mesmo sendo caro, pois pra eles ainda está acessível”, afirmou, destacando que os produtos mais valorizados da empresa são os shampoos e cremes com óleos amazônicos.
O êxito também é vivenciado pela empresa Prönatus do Amazonas, existente há 29 anos em Manaus. Segundo o empresário Evandro Silva, a atividade de exportação, apesar de não ser uma atividade constante na empresa, consegue elevar em 20% e até mais a margem de lucro do estabelecimento.
“Isso também depende muito de quem compra. A China, por exemplo, se interessa muito por commodities, já chegamos a vender uma tonelada de nossas essências para lá. Com certeza o dólar cotado a preços elevados incrementa e muito nossa arrecadação, mas isso tem que estar aliado a planejamento e estratégias”, ressaltou Silva.