Dudu faz riqueza de uns e a miséria de muitos – por Ademir Ramos

"O monumento por onde passa todo o sistema viário da Região Metropolitana de Manaus", Eduardo Braga, no debate da TV-AM.
"O monumento por onde passa todo o sistema viário da Região Metropolitana de Manaus", Eduardo Braga, no debate da TV-AM.
“O monumento por onde passa todo o sistema viário da Região Metropolitana de Manaus”, Eduardo Braga, no debate da TV-AM.

O medonho modo de governar do Dudu é caracterizado pela gastança do dinheiro público. Constrói ponte bilionária, escola, hospitais, asfalta igarapé, qualquer demanda do podo ele converte em bilhões a favor da construção civil, de onde vem a babita para manter os seus caprichos. Veja o monumento na cabeça da ponte Rio Negro, que custou mais de R$ 5 milhões de reais. É ou não é um assalto à economia de nosso povo. Manifeste a sua indignação, vaza o Dudu para o balatal.


A previsão orçamentária para o governo do Amazonas no próximo ano (2015) estima-se em R$ 20 bilhões. Somado os 04 anos, o próximo governador terá sob sua comanda este montante mais ainda, os valores de convênio e empréstimo a serem consumado. A fonte de toda está riqueza origina-se da produção dos trabalhadores do Polo Industrial de Manaus (PIM), que segundo dados da SUFRAMA, de 2003 a 2010, o PIM apresentou um aumento de 132,8% de sua produção, o que corresponde R$ 61,8 bilhões em 2010 e R$ 83,3 bilhões, em 2013.

À época, o governo do Amazonas obteve um crescimento em sua arrecadação de 77,8%, passando de R$ 1,8 bilhão para R$ 3,2 bilhões em 2010. O resumo da ópera, os investimentos continuam em alta, tendo até se multiplicado. Vejamos: em 2002, as empresas do PIM juntas mantinham um total de US$ 2,09 bilhões. Em 2010, o total de investimento foi de U$ 9,28 bilhões e, em 2013, US$ 10,45 bilhões.

No entanto, enquanto o investimento e o faturamento do PIM aumentam aceleradamente, o número de emprego direto mantem-se a passos de cágado, oscilando entre 80 a 120 mil desde os anos 80. À época (2003-2010), o Eduardo Braga (o Dudu) era o governador do Estado e pouco ou nada fez para formular políticas de descentralização da riqueza produzida no PIM, que assegurasse aos trabalhadores melhores qualidades de vida, bem como oferecesse também políticas públicas de qualidades, que resultassem em melhorias na saúde, educação, seguranças, cultura e demais necessidades básicas reclamadas até hoje pela população periférica. Regista-se ainda, que a população do Amazonas era menor, que a inflação estava controlada, que contava com apoio do governo federal e que a economia do Estado estava estabilizada.

Ao contrário, o Dudu, conforme o seu modo medonho de governar, botou o pé no freio e passou a determinar as prioridades que eram convenientes aos seus interesses privados, beneficiando diretamente a indústria da construção civil e outras corporações com matrizes fora do Estado. O símbolo desta façanha, entre outros, é a construção da ponte sobre o Rio Negro, que além de endividar o Estado deixou empenhos a pagar para o seu sucessor, sacrificando vultoso investimento em atenção aos serviços básico de saúde, educação, segurança, gerando mais exclusão social do que inclusão.

Para remediar sua gestão autoritária e centralizadora, o Dudu virou ecologista e passou e frequentar os clubes internacionais em defesa da Amazônia enquanto por aqui agia e age como coronel de barranco. Todos esses gestos eram seguidos de ampla propaganda oficial para que se acreditasse em suas boas intenções e com isso viesse emplacar o seu nome para o senado federal. O que conseguiu com folga. Não satisfeito, comprometera-se também com Lula em derrotar Artur Virgílio Neto (PSDB), o desafeto do então Presidente da República no Amazonas, o que conseguiu de forma não convencional, arrebatando a Vanessa para a segunda vaga no senado federal. Razão esta que lhe credenciou para ser o líder do governo Dilma no senado, não merecendo dos cartolas do seu partido consideração e quase nenhum gesto de respeito que dignificasse o seu nome no Congresso Nacional.

Por tudo isso, embora de bem com o companheiro Lula, resolveu voltar porque aqui ele se julga o próprio rei, o medonho da floresta, amedrontando a todos que ousarem atravessar no seu caminho. Não contava ele, que o povo do Amazonas, simples e humilde, sabe muito bem diferençar o justo do medonho, optando nas urnas pelo bem contra a arrogância, o pedantismo, o autoritarismo e a maledicência. Consumado o fato o seu destino será sem dúvida o Balatal.

*Ademir Ramos é professor da Universidade Federal do Amazonas, criador e professor do curso de Ciências Sociais, formado em Antropologia, coordena o Núcleo de Cultura Política da Ufam.

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