Manaus, o escritor dissonante e o mosquito da malária – por José Ribamar Mitoso

Ilustração do mosquito Anopheles gambiae (principal transmissor da malária)
Ilustração do mosquito Anopheles gambiae (principal transmissor da malária)

Não sei se isto acontece com os escritores do mercado e do sistema, pelo que de grandioso e cívico escrevem, mas comigo, que traço caminho oposto, as pessoas querem escolher o que devo escrever, o que devo comer, onde devo morar, qual roupa devo vestir, que dentista devo escolher, que didática devo usar, em qual candidato devo votar, qual lazer devo fruir, qual carro devo comprar, qual movimento posso participar, qual Deus devo sagrar, qual crime devo cometer, qual praga deve me atingir, do que devo rir, do que devo chorar, qual amigo posso privar e com quem devo casar.
As recomendações são imensas… Evidentemente, que sempre oferecendo as piores sugestões, não contribuindo com nenhum centavo e torcendo para que tudo dê errado.


Normalmente sou um sujeito aberto às sugestões e me esforço bastante para que as pessoas me ajustem aos seus padrões normais.
O único problema é que o mosquito da malária não oferece sugestões e o padrão é sempre o mesmo: febre alta, dor na cabeça, indisposição e fígado inchado! Um saco! E ele não gosta de literatura, nem de teatro, nem de professor!
Pouco me importa: Manaus tem muito prognosticador!
*José Ribamar Mitoso Escritor é dramaturgo, professor da UFAM e cronista do Correio da Amazônia aos Domingos.

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