Eduardo Braga lidera gastos entre parlamentares da bancada do AM no Senado

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Um levantamento feito junto ao sistema do Senado apontou que o senador eleito pelo Amazonas, Eduardo Braga (MDB), foi o que mais gastou da atual bancada regional, que inclui outros dois senadores, Omar Aziz (PSD) e Plínio Valério (PSDB), com números calculados sobre os gastos da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o chamado ‘Cotão’, e despesas não inclusas na Ceap desde o dia 1 de janeiro de 2019 até o dia 12 de março deste ano.


O cotão é usado para pagar despesas vinculadas ao exercício do mandato, como passagens aéreas, aluguel de aeronaves, telefonia, hospedagem, combustível e contratação de consultorias. No ano passado, desde março, as atividades em plenário foram reduzidas em função da pandemia, mas as despesas não caíram na mesma proporção das atividades das duas casas legislativas.

Os gastos não inclusos na Ceap são as diárias pagas por viagens oficiais, ressarcimento de passagens em viagens oficiais, consumo de material no mesmo tipo de deslocamento, correios e auxílio-moradia para o próprio parlamentar.

Dos R$ 2.298.255,34 registrados em despesas pelos três parlamentares, R$ 1.546.105,34 foram só de Braga, o equivalente a 67,2% do gasto total de bancada. O senador do MDB é postulante ao cargo de governador do Amazonas em 2022.

Na análise dos gastos de Eduardo Braga, chamou a atenção a contratação da empresa L Coelho Serra, fundada em 18 de março de 2019, e que passou a fornecer serviços para o gabinete de Braga três meses depois.

Em 14 de junho do mesmo ano, a empresa emitiu a nota fiscal 2933.92EA, com o valor de R$ 30 mil para a consultoria de desenvolvimento de conteúdo multimídia e gerenciamento de estratégias e mídias digitais com a análise de métricas.

A reportagem tentou contato com o responsável pela empresa, mas não obteve retorno.

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Cuidado com imagem

Em 2019, Eduardo Braga gastou um total de R$ 551.057,16, somando Ceap e despesas não inclusas na cota. Desse valor, R$ 374.250 foram com contratação de “serviços de apoio parlamentar”, que incluem, principalmente, a divulgação da imagem. Em 2020, as despesas com o mesmo serviço foi para R$ 299.500, e, em 2021, o valor com o item chega a R$ 50 mil.

Omar Aziz, em 2019, registrou um total de despesa de R$ 542.079,75 com Ceap e despesas fora da cota, sendo R$ 325.200 com contratação de serviços de apoio parlamentar. Em 2020 e 2021, Omar não registrou gasto com o item.

Plínio Valério, em 2019, gastou um total de R$ 303.727,32 com a cota e itens fora da Ceap, desses, R$ 165 mil foram destinados à contratação de serviços de apoio parlamentar. No ano seguinte, o valor com esta despesa aumentou para R$ 183.850, e em 2021, o registro com o item é de R$ 1.150.
Mais bem pagos

O Senado Federal conta, hoje, com 81 parlamentares em exercício e 10 afastados e/ou de licença do cargo. Cada senador recebe um salário bruto de R$ 33.763.
Os salários de todos os senadores geram uma despesa de R$ 3.072.433 ao mês. Esse valor salarial coloca os senadores brasileiros entre os parlamentares mais bem pagos do planeta. No ranking elaborado pela revista The Economist, o Brasil ocupa a quinta posição.

Questionado sobre ser o primeiro no ranking de gastos da bancada do Amazonas no Senado, o senador Eduardo Braga, por meio de sua assessoria, emitiu uma nota. O documento diz que o parlamentar “deu continuidade às atividades parlamentares após a decretação da pandemia de Covid-19, obedecendo a todos os protocolos recomendados pelas autoridades de saúde do País”.

Ainda segundo a nota de Braga, “os gabinetes do Senado e de Manaus (AM) permaneceram em funcionamento, num esquema de rodízio para evitar a aglomeração das equipes”.

O documento informa ainda que o “senador cumpre, inclusive, agendas em ministérios e demais órgãos federais, conforme foi amplamente divulgado pelas suas redes sociais e por meio da assessoria de imprensa”.

A nota finaliza explicando que: “Não há nenhuma ilegalidade na empresa ou na contratação. Tudo foi avaliado e aprovado pelo Senado Federal”, ao referir-se sobre a empresa L Coelho Serra, criada três meses antes de ser contratada pelo gabinete do senador Eduardo Braga.

Fonte: Revista Cenarium

 

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