Em três meses, Brasil registrou mais de 200 casos de violência política

Foto: Reprodução

De julho a setembro deste ano, o Brasil registrou 212 casos de violência política. O período inclui a campanha eleitoral e representa uma alta de 110% em comparação ao trimestre anterior, quando foram 101.


Além disso, o total quase empata com a quantidade de episódios observada durante todo o primeiro semestre de 2022, quando foram registrados 214 episódios. Os dados foram divulgados pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral no Brasil da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

Os episódios aumentaram com a proximidade das eleições. Foram 41 episódios em julho, 60 em agosto e 111 em setembro, véspera do pleito. No país, 25 estados tiveram registros, com exceção do Acre e Amapá.

O Sudeste é a região mais atingida e concentra quase 40% (39,6%) dos casos, seguida por Nordeste (59 casos / 27,8%), Sul (22 casos / 10,4%), Centro-Oeste (20 casos / 9,4%) e Norte (18 casos / 8,5%).

Dos 212 episódios observados, 105 (45,9%) foram de ameaças. Uma das vítimas foi a deputada federal eleita Duda Salabert (PDT-MG), que foi votar no último domingo (2) utilizando um colete à prova de balas. Ela é uma das duas mulheres trans que estarão na próxima legislatura da Câmara.

As agressões aparecem em segundo lugar, com 56 episódios (26,4%), seguidas dos atentados, com 26 casos (12,3%), e dos homicídios, com 18 (8,5%). Ainda foram registrados três homicídios de familiares de lideranças políticas (1,4%), duas ameaças contra familiares (0,9%) e dois sequestros (0,9%).

Segundo o levantamento, as lideranças locais seguem como as principais vítimas da violência política, com 42 vereadores identificados (19,8%), 20 prefeitos (9,4%) e dois vice-prefeitos (0,9%).

No entanto, os episódios contra envolvidos no pleito federal e estadual deste mês de outubro sofreram um aumento no período de campanha. Foram 30 episódios contra pré-candidatos (14,2%) e 78 contra candidatos (36,8%).

O Observatório considera como violência política qualquer tipo de agressão que tenha o objetivo de interferir na ação direta das lideranças políticas, como limitar atuação, silenciamento, imposição de interesses e eliminação de oponentes.

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