Enfim, aparece o PC Farias na família Bolsonaro

Aparece o PC Farias na família Bolsonaro - Foto: Divulagação

Brasília – Apareceu o PC Farias na família dos Bolsonaro. É Fabrício José Carlos de Queiroz que trabalhou como assessor do deputado Flávio, o filho do presidente, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Devastada pela operação Furna da Onça, a assembleia perdeu quase a metade dos seus deputados presos por corrupção. Por mais que tentem se explicar tanto Flávio como Bolsonaro, pai, não conseguem convencer como passaram pelas contas de Fabrício a bagatela de R$ 1.200,00 em 2016. E dessa conta até dinheiro para a futura primeira dama – R$ 24.000,00 – o Coaf identificou, classificando a movimentação financeira como atípica. Por isso vai demorar muito para as digitais dos Bolsonaro desaparecerem desses depósitos do assessor tão bondoso com a família do presidente eleito.


O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) tem razão de sobra para desconfiar de Fabrício já que o seu patrimônio é raso e o salário de R$ 8.517,00 que recebia da assembleia era incompatível com as suas transações bancárias, como revelou o órgão. Flávio tentou se explicar, mas não convenceu até agora. E o pai ainda deve um esclarecimento à nação sobre o dinheiro que caiu na conta da sua mulher pelas mãos mágicas de Fabrício. Ao dizer que poderia ter “errado” ao não declarar no IR um empréstimo de R$ 40.000,00 que teria feito a Fabrício, o presidente confessa o primeiro crime, o de sonegação. E quanto mais o Flávio tenta encontrar uma versão “plausível” para o caso mais a coisa fica feia.

A descoberta dessa transação estranha foi feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro que apura crime de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamentos de cargos públicos, depois da prisão dos deputados cariocas. Apurou-se nas investigações que os parlamentares contratavam empregados comissionados e rateavam com eles parte dos salários, engordando o patrimônio pessoal de cada um e reforçando a caixinha das campanhas. Essas pessoas nem precisavam frequentar o local de trabalho, pois eram laranjas de um esquema que movimentava milhões de reais em contas bancárias.

Ainda é cedo para dizer que Fabrício está envolvido nesse esquema, o de coletor de dinheiro de empregados de um parlamentar para um caixa único, prática comum e criminosa no legislativo. Apenas o deputado e seu assessor podem explicar essa movimentação financeira ao MPRJ que chamou a atenção do Coaf. Mas desde já pode-se dizer que o policial terá muito o que falar quando for chamado para depor. Se não recebeu várias heranças em 2016, Fabrício teria dificuldade de justificar essa dinheirama na sua conta.

A história de crime no Rio mostra que policial quando enriquece está envolvido com bicheiros, no tráfico de drogas ou com milícias, a organização criminosa criada para extorquir as comunidades mais pobres da cidade. Se as investigações concluírem que o dinheiro de Fabrício é fruto de um esquema criminoso, a situação dos Bolsonaro só tende a piorar, pois involuntariamente estariam sendo cúmplices dos delitos do assessor. Na outra hipótese, o dinheiro teria vindo do fatiamento dos salários dos funcionários do gabinete de Flávio para o caixa único de Fabrício, encarregado de depositar e sacar a grana direto na boca do caixa, um crime também grave e vergonhoso.

Aparece o PC Farias na família Bolsonaro – Foto: Divulagação

Questionado, o ex-juiz Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça, deu algumas declarações vazias com a sua nova roupagem de político. Disse que os fatos têm que ser esclarecidos, mas que o seu ministério não vai se envolver em um caso “concreto” (?). É uma pena, pois o Moro seria a pessoa ideal para dar um recibo de idoneidade à família Bolsonaro caso apurasse com rigor, como sempre fez, o caso levantado pelo Coaf, órgão que vai estar sob o seu comando. Só assim os mais de 50 milhões de eleitores de Bolsonaro ficariam mais confortáveis quanto a sua honestidade e da sua família.

A outra forma de estancar essa sangria e acabar com as insinuações maldosas que pairam sobre a família do presidente seria o próprio Bolsonaro incentivar os seus aliados na Câmara a criar uma CPI para passar tudo isso a limpo.

Não devemos esquecer que o enfraquecimento dos últimos presidentes no país começou com coisinhas que pareciam à toa, mas que, com o tempo, cresceram como fermento em bolo quando se começou a puxar o fio da meada. Foi assim com a Elba (carro da Fiat) do Collor que fez surgir o PC Farias e depois os negócios espúrios de Zé Dirceu com o bicheiro Carlinhos Cachoeiro que começaram a desmanchar o governo do PT.

A chama desses escândalos se espalharam e todos foram lambidos pelo fogo. Os presidentes cada vez mais eram envolvidos em labaredas que devoravam suas reputações a cada explicação.

Fonte: Top Buzz

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