Escolas de samba brilham na 1ª noite de desfiles no Sambódromo do Rio de Janeiro

Foto: Recorte

O Sambódromo do Rio de Janeiro foi palco de uma verdadeira festa carnavalesca neste domingo (11), na primeira das duas noites de desfiles, com diversas escolas de samba dedicadas a exaltar os povos originários do Brasil. Em um espetáculo que colocou o Rio sob os holofotes do mundo, quase 70 mil participantes foram encantados pelas apresentações, enquanto milhões acompanhavam o evento pela televisão.


As doze escolas de samba, que competem pela honra de serem as melhores entre as melhores, chegaram ao Sambódromo após um ano de intenso trabalho, milhares de horas de ensaio e uma paixão inigualável pelo carnaval. Entre elas, o Salgueiro prestou uma emocionante homenagem ao povo yanomami, que enfrenta uma crise humanitária devido à destruição de suas terras no norte do país.

O enredo do Salgueiro trouxe à tona a devastação causada pelo garimpo ilegal, representada por árvores cortadas com “sangue” jorrando, contrastando com a figura monumental de um yanomami cercado por dançarinos com flores e penas. As letras das músicas ecoaram a luta dos povos originários, denunciando a destruição ambiental e a violência sofrida pelos yanomamis.

Kevin Rodriguis, de 22 anos, um dos participantes do desfile, ressaltou a importância de levar a mensagem sobre a situação dos yanomamis para o público: “Viemos mostrar o que está acontecendo na Amazônia, como está o desmatamento, como o povo yanomami está sendo tratado (…) Tem criança, gente morrendo, e animais morrendo, estão queimando a floresta”.

Além da homenagem aos yanomamis, o Salgueiro também prestou tributo ao jornalista britânico Dom Phillips e ao indigenista brasileiro Bruno Pereira, assassinados na Amazônia em 2022 enquanto investigavam crimes ambientais.

Outra escola que se destacou foi a Grande Rio, que representou a “criação do mundo” segundo o mito tupinambá, ressaltando a importância e a riqueza cultural dos povos originários do Brasil.

No entanto, a noite não foi sem incidentes. A escola de São Gonçalo, Porto da Pedra, teve um de seus carros alegóricos com dificuldades para avançar, causando um leve ferimento em uma espectadora. Incidentes como esse são comuns em desfiles e podem descontar pontos das escolas na avaliação dos jurados.

Enquanto o país se entrega à festa do carnaval, o Rio de Janeiro vive momentos de tensão política, mas garante que seu principal símbolo de identidade seja concretizado sem dificuldades. Este ano, as autoridades locais estimam que o carnaval movimentará cerca de 5 bilhões de reais na economia local, quase 20% a mais que no ano passado.

Fora do Sambódromo, o carnaval de rua, liderado pelos blocos e seus cortejos musicais, acontece durante o dia, desde áreas privilegiadas até os bairros mais populares. A festa é também um momento de reflexão sobre as desigualdades sociais do país, como ressaltou a escritora Conceição Evaristo: “Que esse momento de festa transforme, ou que ele possa traduzir as relações sociais, econômicas e políticas no dia a dia do brasileiro, e que todas as pessoas sejam incorporadas, não por uma cidadania lúdica, mas por uma cidadania de direito”.

Fonte: MSN

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