Escravos da Tecnologia – por Garcia Neto

z“Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapassar a interatividade humana. O mundo terá uma geração de idiotas” (Albert Einstein).
Está bastante evidente o uso abusivo de celulares e smartphones. A dependência dos recursos tecnológicos desses aparelhos tem alterado a rotina de adultos, jovens e até de crianças que não conseguem se desligar e sequer perceber que essa rotina os leva ao estresse e a doenças psicológicas e reumáticas. O sintoma de dependência da internet, não para os padrões de uso recreacional, pode ser considerado vadiagem mental, que consiste em uma pessoa levar a vida ociosa o dia inteiro grudado na telinha do smartphone sem que haja consciência do uso dele.


Confira dicas para evitar comportamento que, infelizmente, se multiplica.
Confira dicas para evitar comportamento que, infelizmente, se multiplica.

Recentes pesquisas apontam para um alto grau de dependência dos usuários, e o vício já ganhou o nome de “nomofobia”, que é a angústia relacionada à possível perda do celular ou à incapacidade de ficar sem o uso dele por, pelo menos, 15 minutos. Pessoas com idades de 16 a 68 anos admitem o exagero no tempo gasto com o pescoço dobrado para baixo, com a coluna curvada e dedilhando as teclas virtuais do aparelho. Maioria nega o rótulo de “viciado”, apesar de parentes e amigos reclamarem do hábito. Há aqueles que já se conscientizaram do abuso e confessam estar lutando para evitar o uso do aparelho por mais tempo.
A nova geração cresce exposta à tecnologia, e sua utilização excessiva acaba criando efeitos negativos sobre certos tipos de comportamento, caracterizados pelas fortes crises de depressão ou de uma fobia social. Os tempos mudaram e a reunião entre amigos para um bate-papo deixou de existir com a disseminação da vida virtual. A juventude de hoje fica direto na internet, como se ela fosse um refúgio para seus problemas conflituais. Como se não bastasse, pais estimulam os filhos, ainda em tenra idade, a mexerem nos telefones celulares, como se isso fosse sinônimo de vanguarda. Só que a exposição precoce pode criar efeitos devastadores.

O consumo exagerado exerce pressão sobre a natureza.
O consumo exagerado exerce pressão sobre a natureza.

Será que é possível por limites nisso? Acredita-se que sim. A dependência pode ser evitada, apesar de ser difícil para o nomófobo ficar desconectado por alguns minutos. É lastimável ver, em todos os lugares, em restaurantes, bares, igrejas, praças públicas, cemitérios, nas ruas, dentro de elevadores e das instituições públicas ou privadas, aeroporto, nas filas de cinema e do SUS, pessoas vivendo num mundo customizado, vivendo mais para ele mesmo o tempo todo. Portanto, quanto maior for o tempo plugado maior é o grau de insatisfação e de infelicidade e de tanta perda de contato com o mundo em seu entorno.

Indispensável para homens e mulheres da adolescência a terceira idade, o celular tornou-se um coringa.
Indispensável para homens e mulheres da adolescência a terceira idade, o celular tornou-se um coringa.

A utilização da tecnologia implica em criar hábitos de delimitar o saudável do aparelho e, resistir o quanto puder, evitando o apelo contínuo para o contato imediato. É preciso se proteger, é imperioso sobrar tempo para fazer seu lanche, seu cafezinho, seu almoço, a limpeza da casa, entre outros afazeres, para mais tarde consultar o WhatsApp, o FaceBook ou o Instagram. É necessário evitar a liberação da dopamina, que é aquela substância química que ativa a sensação de prazer, uma via de acesso para futuros problemas de saúde.
Não é de bom grado demonizar a tecnologia, mas fazer uso saudável dela sem ficar escravizado na conexão contínua.

Professor Garcia Neto
Professor Garcia Neto

 

 

 

 

 

*Garcia Neto é jornalista e professor universitário.

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