Estão colocando o PT e as indústria do Amazonas de fora das linhas territoriais do Estado

Valdemir Santana: a luta pelo reconhecimento da competência administrativa dos Amazonenses - foto: Joab Ribeiro

“Pelo andar da carruagem e pelas intervenções sulistas no setor administrativo das indústrias no Amazonas, não demora muito, teremos inúmeras fábricas com chaminés, derramando milhões de toneladas de dióxido de carbono, poluindo a natureza, idêntico ao que acontece no Sul e Sudeste do Brasil”.


A observação acima foi feita pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, CUT-AM e PT Municipal de Manaus, Valdemir Santana, diante do mapeamento das instituições federais que autoridades, parlamentares e empresários tem feito, sem a participação dos movimentos sociais, sindicais e políticos da base governista.

Cenário do Polo Industrial de Manaus próximo a sofrer mudanças – foto: Sindimetal/montagem

“A base do partido do presidente Lula no Amazonas, o PT-Estadual, tem ficado à margem de todas as decisões tomadas nas esferas governamentais”, aponta.

De acordo com o sindicalista, a falta de comunicação existente entre as instituições políticas/administrativas e institucionais do Governo Federal e os setores políticos, sindicais, produtivos e industriais do Amazonas, tem dado mostras de que o estado do Amazonas voltará em breve à condição de ‘Capitania do Grão Sulista’, desta vez, sob o jugo dos Paulistas.

Última Reunião do Conselho Administrativo da Suframa (CAS) – foto: divulgação

Distanciamento imposto

“Após a eleição, além do distanciamento imposto pelo institucional do governo, pouco ou quase nada tem sido destinado às bases de esquerda na região Norte do País. Não está acontecendo a tão prometida interlocução e o soerguimento do Partido na Região, nem a obrigatória atenção aos movimentos sociais e sindicais do Estado”, lamenta Santana.

O sindicalista acredita que existe sim, um domínio perverso praticado por conhecidos personagens políticos do Estado e de outras regiões do País, que a cada visita, ou qualquer que seja a intervenção, deixa o Amazonas mais à mercê do ‘chicote sulista’, do enfraquecimento das leis trabalhistas no Estado e do modelo de trabalho praticado nas ‘senzalas’ do período colonial brasileiro.

Futuro incerto para dezenas de trabalhadores do DI – carta de demissão à mesa – foto: Sindimetal

O descaso, segundo Valdemir, é tamanho ao ponto de a base do Partido do presidente Lula não saber mais se deve ou não continuar a luta iniciada simultaneamente ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 31 de agosto de 2016.

“A continuar assim, teremos um PT enfraquecido, uma militância desacreditada e um parque industrial longe dos objetivos para o qual foi criado. De certeza, o Lula não sabe o que está acontecendo no Amazonas”, lamenta.

Finalizando, Valdemir Santana observa que o PT e Lula são Brasil, mas o PT do Amazonas ficou de fora das linhas territoriais brasileiras. Fora deste contexto. Não tem a sua competência regional reconhecida. Pelo contrário, tem sido visto como entrave para os interesses sulistas, paulistas, políticos que tem a sua base consolidada em São Paulo.

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